O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. EFE/Arquivo/Jabin Botsford/Pool

Trump não descarta uso da Justiça contra adversários políticos caso seja reeleito

Miami (EFE).- O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump não descartou a possibilidade de usar o Departamento de Justiça como arma contra adversários políticos caso seja reeleito em 2024, durante entrevista à emissora “Univision” na noite de quinta-feira.

“Você diz que eles transformaram o Departamento de Justiça em uma arma e o FBI em uma arma. Você faria o mesmo se fosse reeleito?”, perguntou o jornalista ao republicano, que lidera as pesquisas primárias por ampla margem.

“Sim, fazem isto e já fizeram, mas se quiserem avançar com isto, sim, certamente poderá acontecer o contrário”, respondeu Trump, que enfrenta 91 acusações criminais em quatro processos judiciais.

No entanto, um porta-voz da campanha de Trump esclareceu, segundo o portal “Axios”, que o ex-presidente estava falando “em termos de futuros funcionários eleitos” que veem o presidente Joe Biden perseguir seu adversário político “desta forma repugnante, que estabelece um exemplo perigoso”.

O portal ressaltou que o porta-voz não disse se isso significava que Trump nunca usaria o Departamento de Justiça para perseguir seus oponentes políticos.

Trump tem indicado repetidamente que as acusações fazem parte de um plano do governo de Joe Biden, que busca a reeleição, para afetar seu bom desempenho na pré-campanha das eleições presidenciais de 2024.

O ex-presidente responde a quatro acusações criminais, duas delas relacionadas com a alegação que promoveu de suposta fraude eleitoral nas eleições de 2020, nas quais perdeu para Biden.

O republicano é acusado de tentar manipular os resultados eleitorais na Geórgia e também de intervir para reverter os resultados eleitorais em um caso relacionado com o ataque ao Capitólio.

Além disso, é acusado na Flórida de manipulação indevida de documentos confidenciais após sua saída da Casa Branca, e em Nova York por ter efetuado pagamentos ilegais à atriz pornô Stormy Daniels durante sua campanha presidencial. EFE