Jerusalém (EFE).- O presidente de Israel, Isaac Herzog, afirmou nesta quinta-feira em entrevista à Agência EFE que apenas o Exército de seu país pode garantir a segurança em Gaza quando a guerra terminar, o Hamas for erradicado e um “novo regime” for estabelecido na Faixa.
“Quem pode garantir a segurança daqueles que sofreram a pior atrocidade das suas vidas?”, perguntou Herzog, que acrescentou em seguida que “neste momento, os únicos que podem fazê-lo são as Forças de Defesa de Israel”.
No entanto, o presidente frisou que Israel “não quer mudar a equação” e “não está ansioso” para assumir o controle da segurança do enclave quando o Hamas for derrotado, embora tenha ressaltado que é isso que devem fazer pelos seus cidadãos.
“A única coisa que pretendemos é proteger a segurança dos nossos cidadãos. Acredito que seja nosso dever. A verdadeira obrigação de qualquer governo é proteger os seus cidadãos”, disse Herzog em entrevista à EFE na residência presidencial em Jerusalém, no 41º dia de guerra.
“Esperamos que, uma vez destruídas todas as infraestruturas terroristas, acima e abaixo do solo, e com os reféns resgatados, haja um novo regime em Gaza que também leve esperança aos palestinos de Gaza de um futuro melhor, que eles merecem há muito tempo” comentou, sobre a Faixa do pós-guerra.
Herzog também declarou que houve conversas “abertas e francas” com os Estados Unidos e os países europeus sobre o futuro da situação de segurança na Faixa de Gaza quando a guerra terminar; embora não tenha expressado uma posição clara sobre o assunto e insistido que não cabe a ele, como presidente, tomar essa decisão.
No entanto, o chefe de governo, Benjamin Netanyahu, afirmou em diversas ocasiões que Israel deveria assumir o controle da segurança em Gaza “indefinidamente”, embora tenha negado que a intenção seja ocupar militarmente o território.
Em relação à atual ofensiva por terra, mar e ar na Faixa, Herzog reiterou que se trata do “direito de Israel de se defender”, um direito que, segundo ressaltou, muitos países compreendem e respeitam.
“A única forma de nos defendermos é entrar em Gaza e eliminar os terroristas, prendendo-os ou matando-os. O que acontece é que eles se escondem em infraestruturas civis”, salientou.
A guerra em Gaza custou a vida a mais de 11.500 pessoas na Faixa; enquanto o ataque brutal do Hamas em Israel, em 7 de outubro, que desencadeou o conflito, terminou com mais de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados. EFE