Nações Unidas (EFE).- O secretário-geral da ONU, António Guterres, está “alarmado” com as últimas ações da Procuradoria-Geral da Guatemala, que emitiu mandados de prisão para ativistas do Movimento Semente e solicitou a retirada da imunidade do presidente eleito do país, Bernardo Arévalo de León.
Guterres “reitera seu apelo às autoridades para que garantam que a vontade democrática expressa nas urnas seja respeitada”, disse o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, durante sua entrevista coletiva diária em Nova York.
O Ministério Público da Guatemala anunciou na quinta-feira que solicitará a retirada da imunidade de Arévalo de León e de sua vice-presidente, Karin Herrera, por um suposto caso de danos ao patrimônio da universidade estatal, acusando-os de participar da tomada forçada do campus universitário em 2022.
No mesmo caso, Marcela Blanco, ex-candidata a deputada do Semente, foi presa e um mandado foi emitido para a prisão de outras 25 pessoas, incluindo ex-funcionários, políticos, estudantes e professores universitários.
O Ministério Público, sob a direção da procuradora-geral Consuelo Porras Argueta, foi duramente criticado na Guatemala e no exterior nos últimos meses por tentar intervir nos resultados das eleições gerais do último verão e por tentar fechar o Movimento Semente, o partido do presidente eleito.
A perseguição da Procuradoria-Geral ao Movimento Semente começou em 12 de julho, depois que Arévalo de León surpreendentemente ficou em segundo lugar nas eleições gerais de 25 de junho. O candidato de esquerda ganhou a presidência ao derrotar a ex-primeira-dama Sandra Torres no segundo turno.
Desde então, a Procuradoria-Geral inspecionou o Supremo Tribunal Eleitoral, apreendeu urnas eletrônicas e também tentou processar os magistrados da corte por um suposto caso de fraude eleitoral.
Arévalo de León denunciou publicamente Porras Argueta, desde 1º de setembro, por liderar uma tentativa de “golpe de Estado” contra ele para impedi-lo de assumir o cargo em 14 de janeiro. EFE