EFE/MOHAMMED SABER

Incursões das forças israelenses deixam pelo menos 50 mortos no sul e no centro de Gaza

Jerusalém/Rafah (EFE).- Pelo menos 40 pessoas foram mortas em ataques das tropas de Israel na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, além de outras 10 no campo de refugiados de Nuseirat, na região central do enclave palestino.

A agência de notícias oficial palestina “Wafa” informou nesta terça-feira, citando fontes médicas, que, além das vítimas mortais, foram registrados dezenas de feridos em Khan Younis, principal objetivo da ofensiva militar de Israel nesta nova fase da guerra.

“Combates ferozes” estão ocorrendo na área de Khan Younis, confirmaram tanto o Exército israelense quanto as Brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas, e as tropas de Israel estão se aproximando da cidade pelo flanco nordeste, ao longo da estrada Salah al Din, a principal da enclave.

Segundo informações compiladas pela Agência EFE, nas últimas 48 horas, quando Israel se aproximou da província de Khan Yunis, foram registrados cerca de 60 combates na região, onde o Exército israelense deverá encontrar maior resistência na sua ofensiva, uma vez que a mais poderosa a ala militar das Brigadas Al Qassam está localizada na área.

Nas últimas horas, as brigadas relataram dezenas de ataques de artilharia das suas fileiras contra tanques e veículos militares israelenses que se aproximavam de Khan Younis, a principal cidade do sul do enclave e de importante valor estratégico.

Um ataque israelense destruiu uma mesquita nesta cidade, alvo da ofensiva israelense, com bombardeios também vindos do mar, segundo a “Wafa”.

Já as vítimas mortais no campo de Nuseirat, no centro de Gaza, estavam em uma casa que foi bombardeada.

Estas vítimas somam-se às registradas no norte do enclave palestino, como as contabilizadas nas imediações do hospital Kamal Adwan, no campo de refugiados de Jabalia – onde hoje Israel completou seu cerco militar -, devido aos bombardeios da aviação e da artilharia israelense que, segundo esta fonte, deixaram 108 mortos e dezenas de feridos.

Um porta-voz do Exército israelense, o coronel Richard Hecht, lembrou que Israel pediu à população que evacuasse áreas como Khan Younis, onde milhares de deslocados do norte da Faixa chegaram nas primeiras semanas da guerra, quando Israel ordenou a evacuação da metade norte do enclave.

O porta-voz indicou que a ofensiva israelense está agora focada em áreas como o campo de refugiados de Nuseirat, onde Israel também exigiu que a população se dirigisse para Rafah, na fronteira com o Egipto.

Mais de 15.800 pessoas morreram na Faixa de Gaza e estima-se que cerca de 7.000 estejam sob os escombros desde o início da guerra, há dois meses, na sequência de um ataque brutal do Hamas em solo israelense que terminou com mais de 1.200 mortos e 240 sequestrados.

Segundo Israel, entre os mortos dentro do enclave, pelo menos 5.000 são membros do Hamas, enquanto 82 soldados israelenses foram mortos em combates dentro da Faixa.

Após o rompimento da trégua de sete dias, na última sexta-feira, que permitia a entrada de ajuda humanitária, Israel retomou a ofensiva militar e expandiu-a em direção ao sul, além de cortar a entrada de ajuda pela passagem de Rafah.

No entanto, o Cogat, órgão militar israelense que controla os assuntos civis nos territórios ocupados, garantiu ontem à noite que chegaram em Gaza 180 caminhões de ajuda humanitária, com alimentos, água, equipamento de abrigo e material médico, bem como combustível. EFE