EFE/Anas Baba

Ataques de Israel deixam mais de 200 mortos na Faixa de Gaza nas últimas 24h

Rafah (Gaza)/Jerusalém (EFE).- Mais de 200 moradores da Faixa de Gaza, a maioria crianças, morreram nas últimas 24 horas em decorrência de ataques aéreos e de artilharia do Exército de Israel em diferentes partes do enclave palestino, entre eles 30 civis em um bombardeio em Rafah, uma área considerada “humanitária” no extremo sul do território.

“Os aviões e a artilharia da ocupação israelense continuaram a bombardear várias áreas da Faixa de Gaza, depois de um dia sangrento em que mais de 200 cidadãos morreram, a maioria deles crianças”, relatou nesta terça-feira a agência de notícias palestina “Wafa”, citando várias fontes locais dentro do enclave.

Os bombardeios israelenses concentraram-se na madrugada desta terça-feira em Rafah e em Khan Younis, no sul, bem como em Deir al Balah, no centro.

Pelo menos 30 civis morreram em Rafah – onde estão concentrados milhares de deslocados –, entre eles uma dezena de crianças, segundo fontes de saúde consultadas pela Agência EFE naquela cidade onde os bombardeios atingiram três casas de famílias.

Segundo a EFE pôde constatar, os bombardeios deixaram as casas das famílias Zorob, Attiya e Abdel reduzidas a escombros. No total, 1,9 milhão de moradores de Gaza estão deslocados em um enclave de 2,3 milhões de habitantes, a maioria deles em Rafah, onde cada casa pode alojar mais de 50 pessoas.

Nos bombardeios de Rafah morreu o jornalista Adel Zourub, elevando para 94 o número de profissionais de comunicação mortos na Faixa de Gaza, segundo a contagem da assessoria de imprensa do governo do Hamas – que inclui também intelectuais e influenciadores.

Além disso, no centro do enclave, a aviação israelense bombardeou os campos de refugiados de Nuseirat e Bureij, na área de Deir al Balah, onde morreram pelo menos nove pessoas, incluindo cinco crianças; e a cidade de Khan Younis, ao sul; “com inúmeros mortos e feridos”, segundo a “Wafa”.

O Ministério da Saúde da Faixa, controlado pelo Hamas, também relatou ataques à bomba no campo de refugiados de Jabalia, no norte do enclave, nos quais pelo menos 13 pessoas morreram e 75 ficaram feridas, incluindo dezenas de casos críticos.

O porta-voz do ministério, Ashraf al-Qudra, também acusou Israel de transformar o hospital Al Awda, dentro do campo de refugiados de Jabalia, em seu “quartel militar”, depois de prender 240 pessoas ali, incluindo 80 funcionários, entre eles seu diretor, Ahmed Muhana, 40 pacientes e 120 pessoas deslocadas.

“Dentro do hospital não há água, alimentos ou medicamentos e as forças de ocupação impedem a circulação entre departamentos”, disse Al Qudra.

Os intensos bombardeios israelenses na Faixa mataram mais de 19.400 moradores de Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro, a maioria deles civis, incluindo mais de 8.000 crianças; e deixaram mais de 52.000 feridos.

Além disso, estima-se que cerca de 7.500 corpos ainda estejam sob os escombros, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza. EFE