EFE/ Andre Borges

Blinken diz que dolarização “depende da Argentina” e apoia acordo com FMI

Buenos Aires (EFE) – O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira que o plano de dolarização que o governo presidido por Javier Milei está tentando implementar “depende da Argentina”, ao mesmo tempo em que expressou seu apoio às negociações entre o país sul-americano e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Isso (a dolarização) depende da Argentina. Esperamos ouvir um plano, mas ele deve vir da Argentina. Apoiamos o acordo entre Argentina e FMI, porque ele pode ser um instrumento muito importante para a estabilização da economia do país”, declarou o chefe da diplomacia norte-americana em entrevista coletiva em Buenos Aires, junto com a chanceler argentina, Diana Mondino.

Milei, que se reuniu com Blinken na Casa Rosada, afirmou mais cedo, depois de se encontrar na quinta-feira com a primeira vice-diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, que a organização está disposta a acompanhar a Argentina na possibilidade de mudar para outro tipo de programa com o Fundo, em cujo conselho os EUA têm forte influência.

O presidente argentino explicou que um novo programa poderia estar alinhado com sua ideia de avançar para um sistema de competição de moedas, mantendo o peso argentino, como um passo em direção à dolarização da economia.

Blinken disse que o trabalho que está sendo feito pelo governo argentino para estabilizar a economia, que inclui um ajuste fiscal severo, é absolutamente essencial e que os EUA querem fazer o possível para que o plano seja bem-sucedido.

“O trabalho com o FMI e os acordos que a Argentina tem com o órgão são muito importantes. O Fundo pode ser um instrumento vital para promover a estabilidade da economia argentina. Portanto, damos as boas-vindas a esse trabalho”, disse.

O governo do peronista Alberto Fernandez (2019-2023) assinou um acordo com o FMI em março de 2022 para refinanciar a dívida contraída em 2018 durante o mandato do centro-direitista Mauricio Macri (2015-2019) no valor de US$ 45 bilhões.

“O Fundo esperou que a Argentina apresentasse um plano macroeconômico importante para seu futuro. A Argentina fez isso. Esperamos que esse trabalho continue, porque pode ser uma fonte vital e pode fortalecer os esforços da Argentina para estabilizar sua economia e depois fazê-la crescer”, acrescentou Blinken. EFE