Luiz Inácio Lula da Silva. EFE/Arquivo/André Borges

Lula insiste para que países da Comunidade do Caribe apoiem força de paz no Haiti

Georgetown (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quarta-feira aos países da Comunidade do Caribe (Caricom), durante uma cúpula regional em Georgetown, que apoiem a força multinacional de manutenção da paz que será enviada ao Haiti.

“O envolvimento da região do Caribe na missão multinacional da ONU e os esforços do grupo Caricom de personalidades eminentes para mediar entre as forças políticas haitianas são da maior importância”, disse o mandatário em discurso na cúpula da Caricom.

Lula enfatizou que a crise de segurança no Haiti “só será resolvida com o progresso do processo político” no país caribenho e pediu uma “ação rápida” para aliviar a grave crise econômica e de segurança que afeta a população.

“Infelizmente, a comunidade internacional não prestou atenção quando o Brasil alertou que o esforço de estabilização não seria sustentável sem um apoio maciço para o desenvolvimento e fortalecimento institucional do país”, disse Lula, cujo país liderou a Missão das Nações Unidas (Minustah), implantada entre 2004 e 2017.

O governante disse que o Brasil está atualmente oferecendo treinamento para a Polícia Nacional do Haiti e inaugurará um centro de treinamento vocacional no sul do país, ao custo de US$ 17 milhões.

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, que também está participando da cúpula da Caricom, viajará para o Quênia na semana que vem para finalizar os detalhes do envio da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS), autorizada pela ONU.

A força internacional será liderada pelo Quênia, embora o envio da missão de segurança esteja sofrendo atrasos, pois o plano foi bloqueado pelos tribunais quenianos.

O Haiti atravessa uma crise de segurança sem precedentes desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, e sua capital, Porto Príncipe, foi tomada por gangues armadas.

De acordo com dados da ONU, 4.789 pessoas foram mortas, 1.698 ficaram feridas e 2.490 foram sequestradas no Haiti em 2023. A taxa de homicídios do país é de 40,9 a cada 100.000 habitantes, o dobro do ano anterior e uma das mais altas do mundo. EFE