Brasília (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira a invasão à embaixada do México no Equador durante sua participação em uma reunião de cúpula convocada em caráter de urgência pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para analisar a crise gerada pelo incidente.
“Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente”, afirmou Lula durante a reunião realizada por videoconferência.
A polícia equatoriana invadiu a embaixada mexicana em Quito no início do mês para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava na legação desde dezembro.
O Equador justificou a ação ao qualificar como “ilegal” o asilo concedido a Glas, que foi condenado a seis anos de prisão por suspeita de corrupção.
Durante sua participação na cúpula de emergência da Celac, Lula também considerou que um pedido formal de desculpas do Equador seria um primeiro passo na direção certa, segundo o discurso divulgado pelo Planalto.
“A gravidade da situação nos impõe o dever de expressar claramente o inequívoco repúdio da região ao ocorrido”, destacou.
Lula também disse apoiar uma proposta apresentada pela Bolívia para que a Celac enviasse uma missão a Quito para verificar a evolução da situação de Glas.
“Isso nos daria tempo para avançar nas discussões sobre um necessário salvo-conduto para sua saída do país”, comentou.
No mesmo sentido, respaldou a ação apresentada pelo México perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) e citou a tradição humanitária pioneira em defesa do direito ao asilo diplomático que existe na América Latina e no Caribe.
“É fundamental que a Celac siga trabalhando para o restabelecimento do diálogo e da normalização das relações entre o Equador e o México”, completou. EFE
