Casas destruidas em Salah Al Din, que liga Rafah a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. EFE/Mohammed Saber

Israel proíbe circulação de pessoas e ajuda após assumir controle da passagem de Rafah

Genebra (EFE).- As Forças de Defesa de Israel (FDI) proibiram completamente a circulação de pessoas e a entrada de qualquer tipo de ajuda humanitária pela fronteira de Rafah, entre Egito e Faixa de Gaza, após assumir o controle militar da região do lado palestino, informou nesta terça-feira o porta-voz do Escritório de Coordenação Humanitária das Nações Unidas, Jens Laerke.

“As Forças de Defesa de Israel estão ignorando completamente todos os avisos sobre o que isso poderia significar para os civis e para as operações humanitárias em toda a Faixa de Gaza”, afirmou, referindo-se ao bloqueio, que deixa toda a população do território palestino sem acesso à ajuda mais essencial para a sobrevivência.

Até agora, a maior parte da assistência humanitária limitada que Israel permitiu desde o início da guerra em outubro do ano passado entrou pela passagem de Rafah.

A passagem secundária de Kerem Shalom entre Gaza e Israel, pela qual um pequeno volume de suprimentos humanitários tem entrado desde dezembro do ano passado, foi novamente fechada pelo país há alguns dias e não foi reaberta, apesar da promessa feita aos Estados Unidos de que isso seria feito.

“Isso significa que agora as duas principais vias de entrada de ajuda em Gaza estão fechadas, o que torna esta manhã – quando essa situação veio à tona – uma das mais sombrias nos sete longos meses desse pesadelo”, lamentou Laerke.

As autoridades israelenses também não estão permitindo que o pessoal da ONU se aproxime da passagem para coordenar a retomada da ajuda humanitária.

As limitações impostas por Israel ao fluxo de suprimentos que podem entrar na Faixa de Gaza são a razão pela qual praticamente toda a ajuda foi distribuída quase que imediatamente após sua entrada no território e porque não há estoques de alimentos, água potável ou combustível para os caminhões operarem.

Cerca de 75% do território da cidade de Rafah está incluído na área de evacuação de civis ordenada por Israel, que também inclui três centros médicos e seis armazéns para uso humanitário.

Laerke confirmou que, nas últimas horas, a população deslocada em Rafah reagiu com pânico e desespero ao aviso da incursão armada israelense que ocorreu à noite, chegando a se deslocar novamente para o norte devastado de Gaza. EFE