Pete Hegseth. EFE/Arquivo/Orlando Barria

Secretário de Guerra prevê mais ataques dos EUA contra narcolanchas: “mal começamos”

Washington (EFE).- O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, afirmou nesta terça-feira que o Pentágono voltará a atacar “narcolanchas”, em um momento marcado pelas críticas à decisão das Forças Armadas americanas de eliminar sobreviventes de um dos bombardeios que realizou contra esse tipo de embarcação no Caribe em setembro.

“Mal começamos a atacar barcos de narcotraficantes e a jogar narcoterroristas no fundo do oceano, porque eles têm envenenado o povo americano”, declarou Hegseth durante uma reunião do Gabinete do presidente Donald Trump.

O secretário de Guerra disse que Trump abordou o tráfico de drogas “combatendo essas organizações terroristas designadas”, em referência a gangues como Tren de Aragua e Cartel dos Sóis, grupos criminosos com origem na Venezuela que a Casa Branca classificou como terroristas dentro de seu grande mobilização militar no Caribe e crescente pressão sobre o governo de Nicolás Maduro.

O próprio Trump afirmou durante a reunião realizada hoje na Casa Branca que o volume de drogas que entram nos EUA pelo mar “diminuiu 91%”, e Hegseth respondeu que os ataques contra narcolanchas foram pausados recentemente “porque é difícil encontrar barcos para atacar agora mesmo”.

O secretário de Guerra reiterou que conseguir um efeito dissuasório “é o objetivo principal” desses ataques contra embarcações no Caribe e no Pacífico. Desde o início da ofensiva, o Pentágono realizou 21 bombardeios que deixaram 82 tripulantes mortos.

O jornal “The Washington Post” informou na última quinta-feira, citando fontes anônimas, que após o primeiro desses ataques, executado em 2 de setembro, foi realizado um segundo, ordenado supostamente por Hegseth, para matar dois sobreviventes do ataque inicial, uma ação que o Congresso se prepara para investigar diante da possibilidade de que constitua um crime de guerra.

A Casa Branca confirmou ontem que esse segundo ataque foi realizado, mas informou que a ordem veio de Frank Bradley, almirante da Marinha que na época do ataque era chefe do Comando de Operações Especiais Conjunto.

Hegseth mostrou hoje sua confiança em Bradley e, assim como disseram a Casa Branca e o Pentágono, declarou que todos os ataques contra embarcações que supostamente transportam drogas são completamente legais.

“Sempre apoiamos nossos comandantes que tomam decisões em situações difíceis e, neste caso e em todos estes ataques, eles estão tomando decisões com critério e se certificando de defender o povo americano”, disse o secretário de Guerra. EFE