O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko. EFE/Kremlin Pool/Arquivo

Belarus diz que não se unirá à Rússia na guerra da Ucrânia

Moscou (EFE).- O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, afirmou nesta sexta-feira que o país não se juntará à Rússia na guerra da Ucrânia, após notícias sobre uma suposta mobilização secreta de militares e a criação de uma força conjunta com milhares de tropas e material bélico russo na fronteira sul.

“Não prestem atenção nestes rumores. Hoje, não vamos a parte alguma. Hoje, não há nenhuma guerra, não precisamos disso”, disse o chefe de Estado, durante inspeção em um complexo industrial militar, no campo de treinamento de armas combinadas de Obuz-Lesnovski, na região de Brest, perto da fronteira com a Polônia.

“Temos que nos acalmar. Todos deveriam se dedicar aos seus se queremos que não haja guerra”, afirmou Lukashenko.

O jornal bielorrusso “Nasha Niva” publicou na última segunda-feira que estava recebendo “indicações de todo o país de que homens receberam notificações para se apresentarem nos centros de alistamento”, como parte do que classificou como “mobilização oculta”.

O Comando do Estado Maior da Ucrânia indicou na última terça-feira, em boletim de guerra, que “a mobilização encoberta das Forças Armadas de Belarus continua sob a aparência de “sessões de treinamento”.

Segundo as informações dos militares de Kiev, estavam sendo tomadas medidas para capacitar os operadores de sistemas de mísseis antiaéreos e tripulações de tanques.

Cresce a ameaça das forças russas

O vice-chefe do Departamento Operacional Principal do Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksiy Gromov, afirmou ontem que “a ameaça das Forças Armadas russas retomando a ofensiva na frente norte está crescendo”.

“Desta vez, a direção da ofensiva pode mudar para o oeste da fronteira entre Belarus e Ucrânia, para cortar as principais artérias logísticas do fornecimento de armas e equipamento militar para a Ucrânia, desde os países aliados”, disse.

Segeundo Gromov, nos aeródromos bielorrussos, há aviões MiG-31, que podem ser armados com mísseis de cruzeiro do tipo Kinzhal.

No mesmo dia, a aviação russa começou a patrulhar as fronteiras da União Estatal que a Rússia mantém com Belarus.

Na quinta-feira passada, o site da emissora bielorrussa de rádio “Svoboda” publicou, com base em imagens de satélite, que Moscou está reunindo forças de massa e equipamentos militares no aeródromo de Zyabrivka, na região de Gomel, em Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia, como parte do fortalecimento militar conjunto.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propôs no último dia 11 o envio de uma missão de observadores internacionais na fronteira da Ucrânia com Belarus, país que acusa estar envolvido na guerra, ao ceder o território para a Rússia realizar ataques. EFE