O secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante a visita a Israel nesta segunda-feira. EFE/MENAHEM KAHANA / POOL

Blinken se encontra com Netanyahu e pede “desescalada” da violência na região

Jerusalém (EFE).- O secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu nesta segunda-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e pediu medidas para “restabelecer a calma” após vários dias de violência em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, que deixaram mais de 20 mortos.

“Pedimos a todas as partes que tomem medidas urgentes para restabelecer a calma e a desescalar”, disse Blinken durante uma coletiva de imprensa conjunta com o premiê israelense.

Além disso, destacou a necessidade de preservar as condições para chegar à solução de dois Estados no conflito israelense-palestino.

O secretário de Estado americano também expressou suas condolências por um ataque palestino que deixou sete civis mortos em um assentamento na parte ocupada de Jerusalém Oriental neste fim de semana, afirmando que “no contexto deste ataque e da violência crescente, é importante que o governo e o povo de Israel saibam que o compromisso dos Estados Unidos com sua segurança permanece inabalável.”

Blinken abordou ainda a necessidade de manter a cooperação com Israel para lidar com o Irã e pediu o aprofundamento e ampliação dos laços de Israel com os países árabes da região, após a normalização das relações com Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.

“Esses esforços não substituem o progresso entre israelenses e palestinos”, esclareceu, pedindo que sejam buscadas “medidas para melhorar a vida cotidiana dos palestinos na Cisjordânia e em Gaza” a fim de “alcançar a meta que palestinos e israelenses tenham condições iguais de liberdade, segurança, oportunidades, justiça e dignidade”.

“Democracias robustas”

Por outro lado, Blinken detalhou com profundidade os princípios democráticos compartilhados em que se baseia a relação entre os dois países, possivelmente em alusão à polêmica reforma judicial promovida pelo novo governo israelense, que busca minar a independência do Judiciário e desencadeou um forte movimento de protesto.

Sobre esta questão, Netanyahu disse que Estados Unidos e Israel “são duas democracias” e enfatizou que “continuarão a ser duas democracias robustas”.

O governante israelense não fez referências diretas à escalada de violência nos últimos dias com os palestinos, mas destacou que o progresso nas relações com os países árabes da região “ajudará a chegar a uma solução viável com nossos vizinhos palestinos”.

O encontro entre os dois acontece no âmbito de uma viagem de Blinken pelo Oriente Médio, que começou no domingo no Egito e incluirá também um encontro amanhã na Cisjordânia com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

O secretário de Estado americano antecipou que em suas diferentes reuniões buscará acalmar a intensificação da violência nos últimos dias, após uma série de ataques palestinos e incursões militares israelenses, que deixaram mais de 20 mortos desde quinta-feira.

O gatilho para a atual espiral de violência foi um ataque militar israelense na última quinta-feira na cidade de Jenin, na Cisjordânia, no qual 10 palestinos – incluindo civis e militantes – foram mortos a tiros pelas forças de segurança israelenses.

Esse episódio foi seguido pelo lançamento de projéteis contra Israel por palestinos da Faixa de Gaza, ao que o Exército israelense respondeu com bombardeios contra alvos militares do movimento islâmico Hamas. EFE