Dina Boluarte. EFE/Arquivo/Presidência do Peru

Boluarte afirma que polícia abrirá vias bloqueadas nas próximas horas

Lima, 17 jan (EFE).- A presidente do Peru, Dina Boluarte, garantiu nesta terça-feira que a polícia irá desbloquear “nas próximas horas” as estradas que estão cortadas por manifestantes, no que tem sido a forma de protesto mais comum desde dezembro do ano passado.

“Bloquear estradas ou não permitir a entrada desses caminhões que transportam gasolina ou combustível sai do protesto pacífico. Nós, através da polícia, (…) estaremos abrindo as estradas nas próximas horas”, disse Boluarte durante um ato de governo.

Segundo o último relatório da estatal Superintendência de Transportes Terrestres de Pessoas, Cargas e Mercadorias, que não atualiza seus dados há 19 horas, 96 pontos da malha viária peruana estão com o trânsito interrompido por protestos em nove regiões do país.

Perante esta situação, Boluarte pediu “reflexão” aos que bloqueiam as estradas como forma de protesto, apesar de terem “motivos justos” para “protestar pacificamente”.

Nesse sentido, recordou que a polícia “está sempre a serviço da comunidade para proteger a saúde, a propriedade privada e do Estado”, bem como para garantir que “estes caminhões-cisterna cheguem com combustível ou gás”.

“Quero fazer um apelo aos senhores que estão fazendo esses protestos fora da lei (…) Acho que o direito de protestar bloqueando as estradas acaba porque o direito do resto dos peruanos, que são a maioria, (é de) movimentar-se livremente”, frisou.

Em sua opinião, “este já não é um protesto saudável” e o qualificou como “chantagem” de um grupo minoritário que “quer quebrar a ordem democrática e o Estado de direito”.

Até agora, 41 manifestantes e um policial morreram nos protestos, além de outras oito pessoas que perderam a vida por causas variadas vinculadas aos bloqueios das estradas.

Os protestos exigem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso, eleições antecipadas e a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Sobre a antecipação das eleições, a presidente comemorou o fato de que o Congresso aprovou em primeiro debate a convocação para abril de 2024 e que em fevereiro fará a segunda votação para ratificá-la.

Em relação ao fechamento do Congresso, afirmou que “não pode ser fechado por mágica”, porque significaria colocar-se “à margem da lei” e ratificou que “todos” vão sair com a antecipação das eleições gerais para abril de 2024.

Por fim, fez um chamado por “paz e calma” e pediu aos que lideram os protestos que parem de “polarizar o país”. EFE