Nukk, na Groenlândia. EFE/Arquivo/Emil Helms

Degelo da Groenlândia é 6 vezes mais veloz do que o esperado

Londres (EFE).- Um novo estudo que combina dados de satélites com modelos numéricos de alta precisão estima que a perda de gelo dos glaciais do nordestes da Groenlândia, será, no fim deste século, seis vezes maior do que o estimado até hoje.

O trabalho, publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature, calcula que o degelo elevará de 13,5 a 15,5 milímetros adicionais o nível dos oceanos de agora até o ano de 2100, aumento equivalente ao que foi gerado por toda água derretida da capa de gelo da Groenlândia nos últimos 50 anos.

“Nossas anteriores projeções sobre a perda de gelo na Groenlândia até 2100 estavam enormemente subestimadas”, afirmou o principal autor do estudo, o professor Shfaqat Abbas, da Universidade Técnica da Dinamarca.

O pesquisador destaca que a maioria dos modelos se baseiam nas observações da zona frontal da capa de gelo, que é “facilmente acessível”.

No entanto, 200 quilômetros no interior do nordeste da Groenlândia, em uma das zonas mais hostis e remotas do planeta, após dos glaciais Nioghalvfjerdsfjorden e Zachariae Isstrom, as condições são piores do que se pensava.

Pressão climática sobre a Groenlândia

A partir de informações dos satélites GPS, junto com medições de elevação de CryoSat-2 e um modelo numérico de alta resolução, os cientistas elaboraram novas estimativas sobre a evolução da massa de gelo nessa região.

“Nossos dados mostram que aquilo que podemos ver na área frontal se estende, além disso, até o coração da capa de gelo”, disse Abbas, em um comunicado da universidade.

“Podemos observar como toda a camada estada ficando cada vez mais fina”, acrescentou.

A cada ano, os glaciais se retraem mais para o interior do território e “isso continuará durante as próximas décadas e séculos”, defendeu o pesquisador.

Abbas ainda alertou que “diante da pressão climática atual, é difícil conceber como será possível deter essa retirada” de gelo. EFE