EFE/ André Borges

Fernández diz que Lula dará impulso “muito importante” à América Latina

Brasília (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta segunda-feira que o novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, dará um impulso “muito importante” à América Latina.

A declaração foi dada após uma reunião entre os dois governantes em Brasília, onde ontem Fernández assistiu à posse de Lula.

“Pessoalmente, acredito que o presidente Lula é um líder regional que vai dar um impulso muito importante à América Latina”, disse o chefe do governo argentino a jornalistas após o encontro.

Fernández disse concordar com Lula quanto ao desejo de “reunir a América Latina em um espaço comum” através da Comunidade de Estados da América Latina e Caribe (Celac), que segundo ele ainda não conquistou a “institucionalidade” que merece.

Lula já anunciou que pretende ser um “protagonista” em organizações multilaterais regionais, incluindo a Celac, que o Brasil abandonou em 2020 durante o governo de Jair Bolsonaro.

Fernández criticou esse isolamento e destacou que, durante “os últimos quatro anos”, a relação entre Brasil e Argentina “se tornou mais difícil”, mas que ele e Lula decidiram “voltar a por em andamento o vínculo” entre os dois países “com toda a força”

“A verdade é que a ausência do Brasil em fóruns internacionais era muito evidente, e é algo que não podemos permitir”, comentou.

“Argentina e Brasil são países indissoluvelmente unidos”, afirmou Fernández, que também enfatizou que receberá Lula de “braços abertos” em 23 de janeiro, em Buenos Aires. No dia seguinte, eles devem participar da cúpula da Celac, também na capital argentina.

Lula fará sua primeira viagem oficial internacional à Argentina nesse dia, de acordo com a tradição brasileira de o país vizinho ser o primeiro destino do novo presidente, algo que Bolsonaro não respeitou. Em 22 de janeiro de 2019, ele foi a Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Internacional. E em 17 de março, viajou aos Estados Unidos, para se reunir com o então presidente americano, Donald Trump. EFE