Protestos no Peru. EFE/Aldair Mejía

Número de mortes em confrontos no Peru sobe para 12; Bebê morre em ambulância

Lima (EFE).- O número de mortes em confrontos entre manifestantes e forças de segurança na cidade de Juliaca, no sul do Peru, subiu para 12 nesta segunda-feira após o fim de uma trégua de Natal que havia interrompido uma série de protestos contra o novo governo do país e a queda do anterior.

Houve ainda mais uma morte, segundo a Defensoria do Povo peruano, “devido a eventos ligados ao bloqueio de estradas”. Foi a de um bebê de 35 semanas dentro da ambulância que o transportava para um hospital regional onde seria atendido por causa de um quadro de insuficiência respiratória e sepse.

Desta forma, o número de pessoas que morreram devido a alguma relação com os protestos, desde que eles começaram, em 11 de dezembro do ano passado, chegou a 41 em todo o país.

A Defensoria disse em um relatório que 12 pessoas morreram “em confrontos com as forças da lei e da ordem” menos de uma hora depois de um relatório anterior no qual foi divulgada a morte de nove manifestantes nos protestos que exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso, a convocação de eleições antecipadas e de uma assembleia constituinte.

Entre as mortes ocorridas em Juliaca, cidade do departamento de Puno, na fronteira com a Bolívia, ao menos uma foi de menor de 17 anos.

A maioria dos que morreram em confrontos tinha entre 19 e 35 anos de idade, segundo autoridades hospitalares da região.

Os protestos no Peru começaram depois que Dina Boluarte, que era a vice-presidente, assumiu a presidência no lugar de Pedro Castillo, que fracassou em uma tentativa de autogolpe de Estado e está cumprindo uma pena de 18 meses de prisão sob a acusação de cometer o crime de rebelião.

As manifestações posteriores ocorreram em várias regiões do país e foram reprimidas pela polícia e as Forças Armadas em virtude de um decreto de emergência aprovado pelo governo.

Em 4 de janeiro, após uma trégua para o período de Natal e Ano Novo, os cidadãos retomaram os protestos em algumas partes do país, embora muito mais timidamente e concentrados no sul, especialmente em Juliaca. EFE