Alec Baldwin. EFE/Arquivo/Erik Thomas/Pool

Procuradora formaliza acusações contra Alec Baldwin por morte em filmagem

Los Angeles (EFE).- Uma procuradora do estado de Novo México, nos Estados Unidos, apresentou nesta terça-feira as acusações de homicídio culposo contra o ator Alec Baldwin pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, que foi alvejada no peito durante as gravações do filme “Rust”, em outubro de 2021.

A procuradora do primeiro distrito judicial de Novo México, Mary Carmack-Altwies, já tinha anunciado há quase 15 dias que deveria apresentar a denúncia contra Baldwin, assim como contra Hannah Gutierrez-Reed, a responsável pela arma e encarregada do protocolo de segurança.

No texto de acusação, Carmack-Altwies enumerou uma série de falhas de segurança e alegou que Baldwin estava familiarizado com o protocolo, tendo estado envolvido em mais de 40 filmes nos quais foram utilizadas armas de fogo.

Um procedimento em que a responsável pela arma deveria ter estado presente para verificar se a arma era segura e não confiar no assistente de direção, David Halls, porque “não tinha poder para autorizar o uso do revólver”.

Além disso, a procuradora disse que Baldwin deveria ter recebido um mínimo de meia hora de treino sobre o uso de armas de fogo, mas não o fez porque “na maior parte do tempo ele estava a falando ao celular com a sua família”.

Além disso, Baldwin, como produtor do filme, “nunca” deveria ter permitido que Hannah Gutierrez-Reed fosse contratada porque lhe “faltava a formação e experiência necessárias”, de acordo com a procuradora.

Carmack-Altwies oficializou as acusações após 15 meses de especulação sobre o envolvimento de Baldwin no incidente, que disparou uma arma contendo munição real, sendo que balas são proibidas nos tiros de filme.

Baldwin e Gutierrez-Reed podem agora enfrentar um julgamento criminal pode acarretar até cinco anos de prisão. A decisão pode demorar até 60 dias.

O assistente de direção David Halls assinou um acordo com os procuradores, concordando com uma acusação de “utilização negligente de uma arma mortal” e seis meses de liberdade condicional.

Baldwin defendeu a sua inocência em várias entrevistas, alegando que a responsabilidade pela segurança da arma em “Rust” foi atribuída a Gutierrez-Reed e que nunca apertou o gatilho, mas que a arma disparou por ser defeituosa.

No entanto, após analisar as filmagens obtidas pelas autoridades, a procuradora disse que existem “múltiplas fotografias e vídeos” que o mostram com o dedo no gatilho e que ele violou a primeira regra de segurança dos disparos: “Nunca apontar uma arma de fogo, carregada ou descarregada, para outra pessoa”.

A investigação do Escritório do Xerife do Condado de Santa Fé (Novo México) ainda não foi capaz de revelar como as munições ao vivo chegaram ao set de gravação do filme.

Há três meses, Baldwin e os outros produtores do filme chegaram a um acordo para encerrar o processo de morte por negligência apresentado pela família de Hutchins.

Enquanto é aguardada a aprovação do acordo por um juiz, a expectativa é que a produção do filme seja retomada neste ano. EFE