O presidente da Rússia, Vladimir Putin. EFE/Kremlin Pool/Arquivo

Putin adverte Ucrânia sobre mais represálias por “atentado” contra frota

Moscou,(EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que os ataques em massa feitos nesta segunda-feira contra infraestruturas energéticas da Ucrânia foram, em parte, uma resposta ao suposto “atentado terrorista” de Kiev contra a frota do mar Negro, e advertiu que poderá haver mais ações de represália.

“Parcialmente, foi” uma resposta ao ataque com mais de 50 mísseis sobre 18 alvos energéticos ucranianos em dez regiões, disse Putin em entrevista coletiva depois de se encontrar em Sochi com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian.

“Mas isso não é tudo que podemos fazer”, enfatizou.

Centenas de localidades em sete regiões ucranianas ficaram sem eletricidade e pelo menos 13 civis foram feridos nos ataques russos, de acordo com Kiev.

Moscou afirma que Kiev atacou a base naval russa em Sevastopol com drones no sábado, o que descreveu como um ataque terrorista em que um varredor de minas foi danificado.

Segundo o Ministério da Defesa russo, um dos drones marítimos supostamente utilizado pela Ucrânia para atacar a base naval em Sevastopol foi lançado de um dos navios civis fretados para exportar grãos ucranianos, e que outros se deslocaram ao longo da zona de segurança do corredor humanitário.

Este argumento foi utilizado por Moscou para suspender o acordo de exportação de grãos ucranianos, mas a ONU contestou esta alegação ao dizer que não havia navios de carga no corredor na noite de 29 de outubro, quando supostamente ocorreu o ataque.

A Rússia também suspendeu nesta segunda-feira o tráfego de navios através do corredor humanitário até que a situação em torno da “ação terrorista” da Ucrânia seja esclarecida.

Putin frisou que a Rússia não se retirou do acordo, mas suspendeu a sua participação, e insistiu que “a Ucrânia deve assegurar que não haverá qualquer ameaça aos navios civis russos e aos navios de abastecimento”.

“Isto não é uma brincadeira: estes veículos submarinos (drones navais) têm seis metros de comprimento e, na minha opinião, 500 toneladas de explosivo. Ou não restará nada dos grãos ou do navio”. E nós seremos os culpados”, declarou. EFE