Integrantes do Exército mexicano patrulham o local onde ocorreu o massacre, nos arredores do Palacio Municipal de San Miguel Totolapan. EFE/Stringer

Sobe para 20 o número de mortos em massacre no México

Cidade do México (EFE).- O governo do México elevou para 20 o número de mortos, nesta quinta-feira, após um massacre em San Miguel Totolapan, no estado de Guerrero, no qual supostos membros do crime organizado assassinaram o prefeito local, Conrado Mendoza.

“Segundo informações da Procuradoria Geral de Justiça da entidade, houve 20 vítimas, entre elas o prefeito daquele município, Conrado Mendoza, e seu pai, também ex-prefeito daquele município (Juan Mendoza)”, disse Ricardo Mejía, subsecretário de Segurança do México, durante entrevista coletiva.

O massacre de ontem, que chocou o país por ser um dos mais mortíferos até agora este ano, “ocorre no contexto da disputa entre dois grupos criminosos” na região, dominada por “Los Tequileros durante algum tempo”, explicou Mejía.

“Era um grupo fundamentalmente dedicado ao tráfico e comercialização de papoulas, mas também se dedicava ao sequestro, extorsão e perpetuou vários homicídios e desaparecimentos na região”, comentou.

Embora as autoridades acreditem que o líder do grupo criminoso, conhecido como El Tequilero, morreu em 2018 e o grupo tenha enfraquecido após várias prisões, o grupo “explodiu” novamente, reconheceu o subsecretário.

“Há uma disputa com um grupo criminoso conhecido como La Familia Michoacana, cujos chefes, apelidados de El Pez e El Fresa, que são os líderes criminosos daquela região, uma linha de investigação também os liga, juntamente com este grupo Tequileros, que podem ser responsáveis por este evento”, detalhou Mejía.

Violência no México

O massacre expôs a violência do crime organizado e a vulnerabilidade dos políticos durante o mandato de seis anos do presidente Andrés Manuel López Obrador.

Desde que assumiu o cargo, 18 prefeitos e 31 vereadores foram assassinados, segundo a consultoria Etellekt.

O México registrou 33.308 homicídios em 2021 após os dois anos mais violentos de sua história, sob o mandato de López Obrador, com 34.690 vítimas de assassinato em 2019 e 34.554 em 2020.

O subsecretário de Segurança também informou sobre a investigação do assassinato da deputada local Gabriela Marín Sánchez, ocorrido ontem no estado central de Morelos, em frente a uma farmácia.

“Não se pode descartar um motivo relacionado à vingança ou a uma questão política, a vítima de hoje, Gabriela Marín Sánchez, só havia assumido o cargo de deputada local em julho deste ano”, acrescentou.

Com o assassinato de Marín Sánchez, há oito deputados titulares ou suplentes assassinados no mandato de seis anos de López Obrador, segundo Etellekt. EFE