Donald Trump. EFE/Arquivo/Albin Lohr-Jones

Trump não pagou nenhum imposto federal em 2020, segundo documentos

Washington (EFE).- O ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) não pagou nenhum imposto federal em 2020, ano em que foi derrotado por Joe Biden quando buscava a reeleição, informação contida em suas declarações fiscais, divulgadas pelo Congresso nesta sexta-feira.

Um comitê da Câmara dos Representantes controlado pelos democratas divulgou as declarações fiscais de Trump referentes ao período de 2015 a 2020, encerrando um longo processo judicial no qual o magnata tentou impedir judicialmente a liberação desses dados.

Os documentos revelam que o ex-presidente republicano pagou US$ 642.000 em 2015, quando lançou a sua candidatura presidencial; mas apenas US$ 750 tanto em 2016 como em 2017, o seu primeiro ano na Casa Branca.

Em 2018, pagou perto de US$ 1 milhão, e mais de US$ 133.000 em 2019, mas nenhum dólar em 2020, ano em que perdeu para o democrata Joe Biden.

Trump, que busca ser novamente candidato em 2024, havia pedido à Suprema Corte para que mantivesse o sigilo de suas declarações fiscais, mas o tribunal rejeitou a solicitação em 22 de novembro.

Além disso, na semana passada foi divulgado que o Departamento da Fazenda não auditou os impostos de Trump durante os seus dois primeiros anos de mandato, 2017 e 2018, embora fosse obrigado a fazê-lo, e não começou a analisar os dados até o Congresso solicitar esta informação, em 2019.

“Um presidente não é um contribuinte comum. Ele tem poder e influência diferentes de qualquer outro americano. E com grande poder vem uma responsabilidade ainda maior”, disse o presidente do comitê legislativo, o congressista democrata Richard Neal.

Em comunicado, Trump criticou nesta sexta-feira a publicação das suas declarações fiscais, dizendo que “os democratas nunca deveriam ter feito isso e a Suprema Corte nunca deveria ter aprovado” porque esta prática conduzirá a “coisas horríveis para muita gente”.

No entanto, o magnata argumentou que os poucos impostos pagos ao longo dos anos apenas mostram o quão “bem-sucedido” foi na utilização de “benefícios fiscais” e na criação de “milhares de empregos”.

A batalha por essas declarações remonta a 2019, quando o comitê emitiu uma intimação para o acesso a essa informação como parte da sua investigação sobre possíveis violações fiscais por parte de Trump.

Trump se tornou o primeiro presidente dos EUA desde Gerald Ford (1974-1977) a não divulgar todos os anos as suas declarações fiscais, tradição que os seus antecessores consideravam fazer parte do dever de transparência e responsabilidade perante o povo. EFE