Berlim (EFE).- A ativista sueca Greta Thunberg foi detida durante uma ação de bloqueio feita por ativistas ambientais nas proximidades do povoado de Lützerath, no oeste da Alemanha, que está sendo demolido para as obras de expansão de uma mina de carvão.
Fontes da polícia local confirmaram que Thunberg estava entre o grupo de ativistas que entrou na área da mina Garzweiler nesta terça-feira e foi detido e retirado do local, de acordo com a emissora pública de televisão “WDR”.
A polícia justificou a retirada alegando que era perigoso que os ativistas permanecessem.
De acordo com a imprensa alemã, Thunberg e os outros ativistas foram levados a 50 metros de distância do local, e seus documentos de identidade foram verificados.
O povoado de Lützerath foi isolado após a demolição das casas, fazendas e edifícios de madeira onde centenas de ativistas resistiram por vários dias, em meio a uma forte mobilização policial.
A operação terminou ontem depois que os dois últimos ativistas que haviam se entrincheirado em um túnel saíram voluntariamente.
Entretanto, houve novos protestos em outras partes da região nesta terça-feira, incluindo a capital da Renânia do Norte-Vestefália, Düsseldorf.
O governo do chanceler Olaf Scholz condenou hoje os atos de resistência durante o fim de semana, que, segundo o Ministério do Interior, se tornaram violentos.
Os movimentos ambientalistas que organizaram os protestos alegaram que a polícia agiu com força desproporcional, incluindo golpes na cabeça com bastões contra os ativistas.
A operação policial começou no final da semana passada, e na sexta-feira todos os edifícios da cidade que haviam sido ocupados por ativistas nos dias anteriores haviam sido desocupados.
Entretanto, vários grupos de pessoas permaneceram em cerca de 35 construções de madeira montadas em árvores e outros lugares da região.
No sábado, uma ampla aliança de organizações contra a mineração de carvão e a demolição de Lützerath realizou uma passeata da qual Thunberg participou.
Grupos de manifestantes tentaram passar pelas barreiras policiais para entrar no povoado e na beira da mina a céu aberto, onde a polícia usou canhões de água, spray de pimenta e bastões, e fez 12 detenções.
A polícia defendeu suas ações, argumentando que burlar barreiras policiais nada tem a ver com um protesto pacífico, mas é uma forma de buscar deliberadamente o confronto.
Embora o plano do governo alemão seja eliminar progressivamente o carvão na reião da Renânia do Norte-Vestefália até 2030, de acordo com o acordo assinado no ano passado com a empresa de energia RWE, a curto prazo está previsto aumentar a mineração de carvão em face da crise energética resultante da guerra na Ucrânia. EFE