Janet Yellen. EFE/Arquivo/Jim Lo Scalzo

Yellen aposta em relação econômica “saudável” entre EUA e China

Washington (EFE).- A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, postou nesta quinta-feira em uma relação econômica e comercial “saudável” com a China, baseada em regras justas e equitativas, apesar das crescentes tensões entre Washington e Pequim.

“Uma China com crescimento econômico e que siga regras internacionais é boa para os Estados Unidos e para o resto do mundo. Ambos podemos nos beneficiar de uma competição econômica saudável”, disse a secretária durante uma palestra na Universidade Johns Hopkins, em Washington.

Além da guerra comercial em áreas como a tecnologia, EUA e China tiveram crises diplomáticas recentes sobre o suposto balão de espionagem chinês que sobrevoou o território americano, a visita a Los Angeles da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e a aproximação de Pequim a Moscou por causa da guerra na Ucrânia.

Mas Yellen transmitiu uma mensagem conciliatória, assegurando que “o mundo é suficientemente grande” para as duas potências, e que “China e Estados Unidos podem e devem encontrar formas de viver juntos e promover a prosperidade global”.

“Podemos reconhecer as nossas diferenças, defender os nossos próprios interesses e competir de forma justa”, argumentou.

Yellen assegurou que o governo presidido por Joe Biden quer construir “uma relação econômica saudável com a China”, mas que isto só pode acontecer seguindo regras comerciais justas.

Coordenação com aliados

Ela advertiu que os Estados Unidos continuarão se coordenando com todos os seus aliados “para responder às práticas comerciais desleais de Pequim”.

No entanto, admitiu que algumas políticas dos EUA podem ter tido “consequências econômicas” para a China, mas justificou que foram medidas tomadas para defender a “segurança nacional” e não se destinavam de modo algum a “obter uma vantagem econômica competitiva”.

Washington, por exemplo, bloqueou no ano passado o acesso ao setor de semicondutores da China com o argumento de que Pequim pretende utilizar os chips para desenvolver a sua indústria militar, um gesto que enfureceu o gigante asiático.

Yellen também fez um apelo à força econômica dos EUA sobre a da China, a segunda maior economia do mundo.

Durante décadas, disse ela, era dito que a economia dos EUA estava em declínio e que seria ultrapassada pela da China, mas essas teorias sempre foram “erradas” porque o país foi capaz de “se adaptar”.

“O crescimento econômico da China não precisa ser incompatível com a liderança econômica dos EUA. Nós somos a maior, mais dinâmica e próspera economia do mundo. Não há razão para temer uma concorrência econômica saudável com qualquer país”, justificou. EFE