O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal. EFE/Arquivo/Marcin Obara

Premiê ucraniano comenta contato com a China e postura de Lula sobre a guerra

Roma (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, que está em visita oficial à Itália, falou com a imprensa nesta quinta-feira sobre conversa entre os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da China, Xi Jinping, a primeira desde o início da invasão russa, e comentou também a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conflito.

“Ontem houve um telefonema, uma conversa muito produtiva entre os dois presidentes. Esta conversa abre uma nova etapa nas relações entre a Ucrânia e a China e estou convencido de que é um bom começo para o desenvolvimento positivo de nossas relações no futuro”, disse Shmygal na sede da Associação de Imprensa Estrangeira de Roma diante de um grande grupo de jornalistas de diferentes nacionalidades.

Questionado se aceitariam a China como mediadora, o primeiro-ministro respondeu: “Temos nosso próprio caminho para a paz, a fórmula Zelensky. Sabemos perfeitamente o que é a libertação da Ucrânia. Todos os territórios dentro das fronteiras de 1991 devem ser livres. A segurança deve ser garantida por estruturas internacionais. Só assim teremos a certeza de uma paz estável, justa e duradoura”.

Shmygal, que nesta manhã se encontrou com o papa Francisco no Vaticano, repetiu com insistência os pilares sobre os quais se assenta a “fórmula Zelensky” e, em particular, a necessidade de garantias para “segurança nuclear, energética e alimentar”.

O primeiro-ministro também se referiu ao possível ingresso da Ucrânia na Otan e afirmou que espera da cúpula a ser realizada em junho em Vilnius “a abordagem mais concreta possível e, eventualmente, uma resposta para a questão de quando a entrada será possível”.

“O Exército ucraniano é hoje um exército padrão da Otan, segue os seus princípios e usa as suas armas”, considerou.

Ao ser questionado sobre a posição do presidente Lula e se a Ucrânia aceitaria o Brasil como mediador, Shmygal reiterou que a fórmula de paz de Zelensky é o único caminho e deu “um exemplo simples”.

“Se uma quadrilha de criminosos entrar em seu apartamento, querendo matar você e seus filhos e tomar conta de sua casa, vocês vão discutir e fazer as pazes com esses bandidos?”, perguntou aos repórteres. EFE