Washington (EFE).- O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, fez uma autocrítica nesta sexta-feira, ao admitir a sua supervisão insuficiente do Silicon Valley Bank, embora tenha enfatizado que a diretoria do banco “não conseguiu gerir os riscos” que corria, e também reconheceu a sua culpa por não ter analisado a extensão das vulnerabilidades do banco.
Estas são duas das conclusões do relatório sobre a quebra do Silicon Valley Bank que o Fed divulgou nesta sexta-feira, no qual reconhece que os supervisores não tomaram “medidas suficientes” para garantir que o banco corrigisse rapidamente os seus problemas quando estes foram detectados.
O Fed também acusou o banco de, na sua mais recente supervisão, não ter dado resposta a 31 avisos emitidos pelos supervisores, o triplo da média para instituições deste tipo.
A investigação sobre as causas da quebra do banco em março, liderada pelo vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael S. Barr, também considera que a supervisão foi relaxada após a aprovação da Lei de Crescimento Econômico, Alívio Regulatório e Proteção ao Consumidor aprovada em 2018.
Essa legislação, segundo Barr, foi uma mudança que “impediu uma supervisão eficaz” ao reduzir os padrões, aumentar a complexidade e promover uma supervisão “menos robusta” do que antes.
“Na esteira da queda do Silicon Valley Bank, devemos fortalecer a supervisão e a regulamentação do Federal Reserve com base no que aprendemos”, disse Barr no comunicado divulgado pelo Fed.
“Esta análise representa um primeiro passo no processo de autoavaliação” e um olhar sobre as circunstâncias da falência do banco, “incluindo o papel do Fed como supervisor e regulador”, acrescentou.
O presidente do Fed, Jerome Powell, enalteceu “este relatório minucioso e autocrítico” e disse que as suas recomendações devem ser levadas em conta para serem implementadas nas regras e práticas do órgão supervisor.
“Estou convencido de que estas recomendações levarão a um sistema bancário mais forte e mais resistente”, opinou Powell.
De acordo com o Fed, o relatório analisa “em detalhes” a forma como o banco foi gerido e as questões de supervisão e regulamentação que rodearam o seu colapso. EFE