Cartum. EFE/Arquivo/STRINGER

Sudão do Sul anuncia trégua de 7 dias entre Exército sudanês e paramilitares

Cairo (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores do Sudão do Sul anunciou nesta terça-feira que o líder do Exército sudanês, Abdelfatah al Burhan, e o comandante das paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR) chegaram a um acordo sobre uma trégua de sete dias, de 4 a 11 de maio, o que constituiria a mais longa pausa humanitária desde o início do conflito, em 15 de abril.

“O presidente do Conselho Soberano do Sudão e líder das Forças Armadas, Abdelfatah al Burhan, e o líder das Forças de Apoio Rápido, Mohamed Hamdan Dagalo, chegaram a um princípio de acordo sobre uma trégua de sete dias, de 4 a 11 de maio”, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Sudão do Sul publicado na sua conta oficial do Facebook.

Uma trégua de 72 horas termina amanhã, a terceira consecutiva, para permitir a evacuação de estrangeiros e sudaneses que fogem dos combates em Cartum e outras partes do país, incluindo a conturbada região de Darfur.

O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, que lidera a mediação dos membros da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) – um bloco econômico do leste da África – instou os líderes sudaneses a “nomear representantes e propor uma data para iniciar as negociações o mais rapidamente possível”.

O governo do Sudão do Sul obteve “o consentimento das duas partes em conflito para nomear os seus representantes para as negociações de paz e para que estas se realizem em local à sua escolha”, menciona o longo comunicado.

O enviado especial da missão da ONU no Sudão, Volker Perthes, afirmou em entrevistas que as partes em conflito concordaram com as negociações, que poderiam ocorrer na Arábia Saudita ou no Sudão do Sul, mas sem que os dois principais líderes das duas partes se encontrassem cara a cara.

O enviado de Al Burhan, Dafa Allah al Haj Ali, disse em entrevista coletiva no Cairo que não haverá negociações “diretas” com as FAR, as quais chamou de “terroristas”.

Pelo menos 528 pessoas foram mortas e mais de 4.500 ficaram feridas desde o início dos combates, de acordo com a última contagem efetuada pelo Ministério da Saúde sudanês. EFE