Moscou (EFE).- Os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e África do Sul, Cyril Ramaphosa, discutiram, nesta sexta-feira, em conversa telefônica os preparativos para as próximas cúpulas Rússia-África, em julho, em São Petersburgo, e dos países do Brics, em agosto em Joanesburgo.
“Foram debatidos temas atuais das relações de parceria estratégica russo-sul-africanas. Foi expressa a disposição de incrementar as relações mutuamente benéficas em diferentes ramos”, informou o Kremlin.
Segundo o Kremlin, durante a conversa, realizada por iniciativa da África do Sul, “se destacou a importância de manter uma estreita coordenação entre Rússia e África do Sul no contexto dos preparativos para importantes atividades multilaterais”.
A cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pode ser prejudicada pelo mandado de prisão contra Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) e pela permanência da África do Sul no Estatuto de Roma, tratado fundador do tribunal que obriga deter o presidente russo assim que pisar em seu território.
Devido ao mandato do TPI, o presidente russo não pode mais viajar livremente para o exterior, já que 123 países assinaram o Estatuto de Roma e outros 30 o assinaram, mas não o ratificaram.
Além disso, as partes discutiram as questões relacionadas à segurança alimentar, e a Rússia “confirmou sua disposição (…) de fornecer volumes consideráveis de grãos e fertilizantes aos países africanos necessitados, inclusive gratuitamente”.
“Ao apoiar a ideia expressada por Cyril Ramaphosa sobre a participação de um grupo de líderes africanos no debate sobre as perspectivas de solução do conflito ucraniano, Vladimir Putin aludiu à linha destrutiva do regime de Kiev e dos seus patrocinadores”, refere o Kremlin.
Nesse contexto, os EUA acusaram Pretória de fornecer armamento à Rússia para uso na guerra na Ucrânia.
Após uma investigação, o governo sul-africano garantiu hoje que nunca deu autorização para a entrega de armas e munições à Rússia e que se estas foram parar no navio russo Lady R na Cidade do Cabo, conforme denunciou Washington, o fizeram ilegalmente sem o conhecimento das autoridades. EFE