EFE/OLIVIER HOSLET

Greenpeace pendura grande faixa no Conselho da UE contra acordo com Mercosul

Bruxelas (EFE).- Ativistas do Greenpeace penduraram nesta quinta-feira uma grande faixa na sede do Conselho da União Europeia (UE) e borrifaram a fachada do prédio com pesticidas agrícolas para protestar contra o acordo comercial do bloco europeu com o Mercosul.

A ação de protesto aconteceu no âmbito da reunião de ministros de Comércio da UE, que acontece hoje em Bruxelas.

Os ativistas da organização escalaram a fachada do prédio no início da manhã para pendurar a faixa com a mensagem “Stop UE-Mercosul” e, assim, enviar uma mensagem clara aos ministros da UE para “pôr fim a este acordo tóxico”, segundo explicou à EFE a responsável pela campanha do Greenpeace, Lis Cunha.

“O acordo promove todo tipo de produtos nocivos ao clima e à natureza, como agrotóxicos, carne bovina ou carros com motor a combustão. Todos os produtos que não queremos mais ter na crise climática”, denunciou Cunha.

Segundo explicou o Greenpeace, se o acordo de associação negociado com o Mercosul for finalmente ratificado, isso significaria um “aumento das exportações de produtos químicos tóxicos”.

“Vamos ter mais carne bovina da América do Sul na Europa e mais pesticidas da Europa impactando as pessoas, as comunidades, os rios e a biodiversidade da América do Sul”, alertou a ativista do Greenpeace.

O pacto proposto entre a UE e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) foi criticado por vários governos e Parlamentos europeus, bem como por agricultores e sociedade civil de ambos os lados do Atlântico por ser considerado um “desastre para a agricultura local, a natureza, os direitos humanos e o clima”, de acordo com a organização.

Na opinião do Greenpeace, isso desencadearia uma redução nas tarifas e controles sobre produtos como peças de carros ou pesticidas da Europa que “aumentariam a já alarmante taxa de destruição da natureza”.

Por isso, Cunha destacou que esse pacto com o Mercosul “é um desastre para a natureza e para as pessoas” na América Latina. EFE