Nações Unidas (EFE).- O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quinta-feira que “em questão de dias” será proposto um cessar-fogo multilateral com vários grupos armados que abordaram o governo em resposta a seu projeto de “paz total”.
“Em questão de dias também será levantada uma questão pública, a possibilidade de um cessar-fogo multilateral que seria o início do fim da violência na Colômbia”, disse Petro em comunicado à imprensa em Nova York, para onde viajou para participar da Assembleia Geral da ONU.
Sem detalhes da abrangência do cessar-fogo
Este cessar-fogo envolve vários grupos que abordaram o governo nas últimas semanas, afirmou o presidente, mas sem dar detalhes de quais ou quantos.
“Envolverá todos aqueles que querem um processo de negociação com justiça na Colômbia para desmantelar organizações criminosas. O que propomos é cessar as hostilidades, a morte, cessar o fogo”, explicou o presidente antes de se dirigir ao aeroporto para retornar à Colômbia.
Desde que se tornou presidente em 7 de agosto, Petro embarcou em um caminho de diálogo com vários grupos armados para chegar a um acordo de paz ou submetê-los à Justiça.
Reuniões em Havana
Os primeiros passos foram dados em Havana, onde uma delegação do governo colombiano voltou a se reunir com representantes do Exército de Libertação Nacional (ELN) para retomar as negociações que estão paradas há quatro anos devido a divergências com o Executivo do ex-presidente Iván Duque e porque a guerrilha nunca cessou suas ações, executando ataques, sequestros e outros crimes.
Além disso, na semana passada, uma delegação do governo colombiano e outra da “equipe central” dos ex-dissidentes das Farc realizaram uma “reunião exploratória” no departamento de Caquetá para “avaliar a possibilidade de iniciar conversas no âmbito da paz total”, que incluiria precisamente este cessar-fogo.
Se este cessar-fogo multilateral for confirmado, seria o primeiro grande ato para deter o conflito desde que a paz foi assinada com as Farc em 2016 e as negociações com o ELN foram paralisadas em 2018, após o que ocorreu o último grande ataque na Colômbia, em 17 de novembro de 2019 em uma escola de cadetes em Bogotá, que deixou 23 mortos e quase uma centena de feridos.