Gustavo Petro. EFE/Arquivo/Mauricio Dueñas Castañeda

Petro pede que familiares sejam investigados por benefícios a criminosos

Bogotá (EFE).- O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta quinta-feira ao Ministério Público que investigue seu irmão e seu filho mais velho por supostos encontros em prisões onde, segundo algumas versões, se faziam passar por membros do governo para oferecer benefícios em troca de informações.

Segundo Petro, ao chegar à presidência fez um “compromisso com os colombianos e as colombianas” e deve ser “leal ao voto” depositado.

Por isso, e segundo as “informações que circulam na opinião pública”, pediu ao procurador-geral “que efetue todas as investigações necessárias e apure as possíveis responsabilidades” em relação a seu irmão Juan Fernando Petro e a seu filho Nicolás Petro.

Nos últimos meses, foi divulgada a existência de um suposto “cartel de advogados” que estaria entrando nas prisões para conceder benefícios a traficantes de drogas ou até mesmo pedir-lhes dinheiro em troca de serem incluídos na iniciativa de “paz total” do governo.

“Alguns advogados carentes de ética profissional têm tentado ludibriar pessoas privadas de liberdade e seus familiares, cobrando dinheiro em troca de promessas que vão desde supostas atribuições em órgãos de paz, transferências de prisões e até suspensão de processos de extradição”, disse o Escritório do Alto Comissariado para a Paz quando o caso se tornou conhecido.

“Meu governo não concederá benefícios a criminosos em troca de propina. Pelo contrário, estamos na construção de mecanismos legais para que esses grupos fora da lei sejam acolhidos pela Justiça”, declarou Petro hoje em comunicado.

O presidente colombiano lembrou que “o único funcionário que tem o aval do governo para manter contato com organizações à margem da lei com o objetivo único de buscar a paz é o Alto Comissário para a Paz, Danilo Rueda”.

“Quem quiser interferir neste desígnio (conquistar a paz), ou dela tirar partido pessoal, não tem lugar no governo, mesmo que seja da minha família”, acrescentou.

No entanto, mostrou-se confiante em  que o irmão e o filho “possam provar a sua inocência”, ressaltando que respeitará “as conclusões a que a Justiça chegar”.

O irmão de Petro prestou depoimento em fevereiro no Ministério Público justamente por conta das denúncias em torno desse “cartel de advogados” para se declarar vítima neste caso, no qual garantiu que seu nome foi utilizado para “fins diversos do exercício que vem exercendo desenvolvendo”. EFE