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Macron não tem intenção de reformular seu governo ou convocar eleições

Paris (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, não tem intenção de reformular seu governo, pelo menos no curto prazo, nem de dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas para tentar virar a página da crise política e social em torno de sua reforma da previdência.

Esta é uma das mensagens que vários dos participantes de uma reunião nesta manhã entre Macron e membros de seu governo e dos partidos que o apoiam vazaram para a imprensa, um dia depois do fracasso por uma margem muito estreita de votos de uma das moções de censura apresentadas pela oposição.

O presidente francês, que fará um pronunciamento na televisão amanhã para anunciar seus planos após a aprovação por decreto desta reforma em um contexto de protestos massivos, também exclui a possibilidade de um referendo sobre a previdência, de acordo com um dos participantes da reunião citado pela emissora de rádio “France Info”.

Nos últimos dias, circularam várias hipóteses sobre a sua estratégia e uma das mais repetidas foi a eventual substituição da primeira-ministra, Élisabeth Borne, em uma remodelação de gabinete.

No entanto, Borne indicou esta manhã em outro encontro com os deputados do partido de Macron, o Renascimento, que quer continuar com “as transformações necessárias para o país”, segundo a versão de um participante citada pela “France Télévisions”, e reiterou que “devemos manter-nos unidos” contra o populismo.

Além dessas proclamações para encorajar suas tropas, o secretário-geral do Renascimento, Stéphane Séjourné, alertou em declarações ao canal “BFMTV” que, se não forem tiradas lições do que aconteceu, “passaremos de um governo de maioria relativa a um governo de minoria”.

A oposição está organizando várias frentes contra a reforma da previdência, uma delas com recursos perante o Conselho Constitucional, como o formalizado nesta manhã pelo Reagrupamento Nacional (RN), partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen.

Os sindicatos convocaram conjuntamente para amanhã um nono dia de mobilização com greves e manifestações em todo o país para obrigar Macron a reverter sua reforma, adotada após o fracasso das duas moções de censura debatidas na segunda-feira.

Além disso, as greves continuam em vários setores, principalmente nos transportes públicos, na coleta de lixo e na área de energia, com a paralisação de sete refinarias e o bloqueio de depósitos de combustível, que estão causando problemas de abastecimento em postos de gasolina, principalmente na região de Marselha.

O Executivo tenta contra-atacar com medidas para obrigar os trabalhadores a trabalhar por meios administrativos por motivos de saúde (na coleta e tratamento de lixo) ou para garantir a mobilidade (nos depósitos de combustível). EFE