Andrzej Duda (d) e Volodymyr Zelensky nesta quarta-feira, em Varsóvia. EFE/Radek Pietruszka

Zelensky descreve em Varsóvia como “muito difícil” a situação em Bakhmut

Varsóvia (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou de “muito difícil” a situação em que se encontram as tropas do Exército de seu país em Bakhmut ao comentar em Varsóvia, onde chegou nesta quarta-feira em visita oficial, o cerco que sofre essa cidade.

Zelensky se referiu aos “contínuos ataques de artilharia pesada” e à “escassez de munições” enfrentadas pelas forças ucranianas na cidade parcialmente ocupada pelas forças e onde segundo o Estado-Maior da Ucrânia ocorreram ontem “mais de 60 ataques russos”.

“Posso garantir que o inimigo não controla Bakhmut”, assegurou Zelensky em sua aparição à imprensa junto com o presidente da Polônia, Andrzej Duda.

O mandatário ucraniano realiza hoje uma visita oficial à Polónia, a primeira desde o início da guerra, para discutir com Duda questões de segurança e comércio bilateral.

O presidente polonês recebeu Zelensky poucas horas antes no palácio presidencial, onde o presenteou com a Ordem da Águia Branca, a mais antiga e importante condecoração concedida na Polônia, “por ser um homem absolutamente excepcional que (…) à pátria, não abandonou a Ucrânia e seus compatriotas”.

Envolvimento da Polônia na guerra

Andrzej Duda destacou o quão “envolvido” que seu país se sente na guerra na Ucrânia, e lembrou que “a Polônia é o terceiro país do mundo em termos de quantidade de ajuda militar enviada à Ucrânia”, e deu como exemplo a recente transferência de quatro aviões MiG-29 da Força Aérea Polonesa, a ser seguido por “outros seis”.

O polonês expressou sua vontade de “apoiar a Ucrânia em seu caminho para a União Europeia (UE)” e anunciou que, na próxima cúpula da Otan, em Vilnius, na Lituânia, seu país “tentará obter garantias de segurança adicionais para a Ucrânia como um prelúdio para sua adesão plena” à Aliança.

Por sua parte, Zelensky agradeceu aos “irmãos poloneses” pelo apoio “desde o início da guerra” e disse ter “a esperança de que um dia não haverá fronteiras, nem políticas nem históricas, entre Polônia e Ucrânia”.

“Nesta guerra não há compromissos: não entregaremos nosso território, nem nossa liberdade ou dos nossos filhos”, enfatizou o presidente ucraniano, acrescentando que a guerra que o seu país trava é em defesa “da Europa e da liberdade”.

Está previsto que Volodymyr Zelensky deve se encontrar com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, e que faça uma aparição pública na Praça do Castelo, em Varsóvia, onde se espera um grande fluxo de refugiados ucranianos. EFE