O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu. EFE/Arquivo/MARTIAL TREZZINI

OMS eleva para 270 o total de mortes em conflito no Sudão

Genebra, 18 abr (EFE).- Pelo menos 270 pessoas morreram e mais de 2.000 ficaram feridas nos confrontos entre o Exército e paramilitares no Sudão, que começaram no sábado na capital Cartum e em outras cidades do país, segundo informou nesta terça-feira o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Condenamos essas perdas de vidas humanas e transmitimos nossa solidariedade aos nossos irmãos sudaneses”, disse Tedros em entrevista coletiva, enfatizando que a escalada da violência dificulta enormemente o trabalho do pessoal de saúde, especialmente em Cartum.

O especialista etíope afirmou que os hospitais da capital sudanesa “têm relatado falta de pessoal e suprimentos médicos, assim como de combustível para geração de eletricidade”, e advertiu que os suprimentos que a OMS havia fornecido à rede de saúde sudanesa antes da escalada do conflito se esgotaram.

“Recebemos relatos preocupantes de saques de estabelecimentos de saúde, enquanto outros começaram a ser usados ​​para fins militares e muitos fecharam”, declarou Tedros, que pediu às partes em conflito que respeitem as leis internacionais para a proteção desses e de outros estabelecimentos civis.

“As infraestruturas sanitárias e os seus trabalhadores nunca devem ser alvo de conflitos como estes, especialmente em um momento em que milhares de civis precisam de acesso a cuidados de emergência”, lembrou o diretor-geral da OMS.

Tedros também instou as partes em conflito a buscar um cessar-fogo para fins humanitários, “silenciando as armas e colocando sobre a mesa uma solução pacífica para a questão”.

Os confrontos iniciados no sábado entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) ocorrem após semanas de tensões relacionadas à reforma das forças de segurança durante as negociações para formar um novo governo.

Ambas as forças militares foram responsáveis ​​por derrubar conjuntamente o governo de transição do Sudão em um golpe em outubro de 2021. EFE