Jens Stoltenberg. EFE/Arquivo/OLIVIER MATTHYS

Otan insta China a limitar arsenal nuclear e inteligência artificial

Washington (EFE).- O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, instou a China nesta terça-feira a sentar-se com a Aliança Atlântica para aumentar a transparência e impor limites ao seu arsenal nuclear e ao uso militar de inteligência artificial.

Stoltenberg fez essas observações em um pronunciamento virtual na sessão de abertura da conferência anual da Otan sobre controle de armas e não proliferação nuclear, que está sendo realizada esta semana em Washington.

O secretário-geral da Otan disse que não considera Pequim “um adversário” da Aliança, mas “um desafio”, pois está investindo em mísseis de longo alcance e triplicou o número de ogivas nucleares em poucos anos.

“Ter limites verificáveis ​​para os arsenais nucleares, com previsibilidade e transparência, é do interesse de todos. Portanto, a China deveria estar disposta a sentar-se e participar de mais acordos de controle de armas”, ressaltou.

Stoltenberg opinou que a China deveria colocar “limites na quantidade de ogivas nucleares”, e também citou o uso por Pequim de novas tecnologias militares, incluindo a inteligência artificial, para o que pediu que sejam estabelecidos controles compartilhados.

“A Otan está determinada a desenvolver padrões universais para o uso responsável de novas tecnologias no campo militar”, reiterou.

O político norueguês considerou que o mundo se encontra em uma “encruzilhada” que pode levar a um “colapso” da ordem internacional com “consequências profundas e perigosas”, razão pela qual deve-se apostar em um “caminho alternativo” que garanta a segurança global.

“Não vai ser fácil nem rápido, mas temos que fazer”, completou.

No mesmo evento, a “número dois” do Departamento de Estado americano, Wendy Sherman, anfitriã da conferência, acusou o presidente chinês, Xi Jining, de “tentar alterar as regras da ordem internacional”.

Sherman alertou que o mundo está em um momento “muito perigoso e incerto”, no qual “muitas pessoas estão pensando se devem adquirir armas nucleares”.

Por isso, considerou “vital” que todos os países que mantêm relações com Pequim pressionem para que o gigante asiático aumente a “transparência” sobre seu arsenal nuclear.

Sherman afirmou ainda que o governo de Joe Biden não busca um “conflito” direto com a China, mas sim “competir” com aquele país por meio de regulamentações justas e equitativas.

“Vamos investir em nosso país para ter a resiliência, as cadeias de suprimentos e a tecnologia de que precisamos”, destacou. EFE