Joe Biden,. EFE/Chris Kleponis/Pool

Biden adverte que decisão da Suprema Corte abre porta para discriminação contra LGBT+

Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou nesta sexta-feira para o fato de a Suprema Corte ter aberto a porta para a discriminação contra a comunidade LGBT+ com a decisão em que deu razão a uma webdesigner cristã que se recusa a fazer sites para casamentos homossexuais.

“Estou profundamente preocupado com o fato de a decisão conduzir a uma maior discriminação contra os americanos LGBT”, declarou Biden em comunicado divulgado após a publicação da decisão.

Biden afirmou ainda que o anúncio da mais alta instância jurídica do país “enfraquece” todas as leis que protegem os americanos da discriminação, incluindo a discriminação com base no gênero, na cor ou na religião.

O democrata frisou que a sentença “mina” a ideia de que ninguém deve ser discriminado por causa de “quem ama”, além de dizer que é especialmente “doloroso” que a decisão tenha sido divulgada enquanto se celebra o Mês do Orgulho LGBT.

Perante isto, o presidente prometeu que a sua gestão irá se coordenar com os estados de todo o país “para lutar contra as tentativas de reverter as proteções dos direitos civis que podem seguir esta decisão”.

Além disso, insistiu ao Congresso para que aprove um projeto de Lei da Igualdade para proteger os direitos da comunidade LGBT+.

Lorie Smith, uma cristã evangélica, processou o estado do Colorado em 2016, pedindo uma exceção à lei dos direitos civis estadual para oferecer serviços apenas a casais heterossexuais, uma vez que é contra as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

A Suprema Corte, de maioria conservadora, deu razão à profissional, argumentando que a sua decisão está protegida pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que defende a liberdade de expressão e de religião.

Em opinião divergente, a juíza progressista Sonia Sotomayor avisou que, pela primeira vez na história, a Suprema Corte dá a uma empresa o direito constitucional de “se recusar a prestar serviços a membros de uma minoria social”.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), uma das maiores ONGs do país, criticou a decisão do Supremo de que as empresas “têm o direito de discriminar”, uma decisão que é um “ataque direto” aos direitos dos cidadãos. EFE