Un edificio derrumbado tras el terremoto en Siria. EFE/EPA/YAHYA NEMAH

Número de mortos por terremoto passa de 2,3 mil na Turquia e na Síria

Ancara (EFE).- A série de fortes terremotos que atingiu nesta segunda-feira a área fronteiriça entre Turquia e Síria deixou até agora 2.349 mortos e quase 11.000 feridos nos dois países, nos quais derrubou milhares de edifícios.

Pelo menos 1.498 pessoas morreram e outras 8.533 ficaram feridas na Turquia, segundo o último balanço do Afad, serviço de emergência deste país.

Na Síria, envolvida em mais de uma década de guerra civil, a área afetada está dividida entre o território controlado pelo governo de Bashar al Assad e o último enclave do país controlado pela oposição, cercado por forças governamentais apoiadas pela Rússia.

Por outro lado, na província de Idlib, no noroeste, último reduto da oposição no país, e em outras partes da vizinha Aleppo, que também escapam ao controle de Damasco, foram registradas outras 390 mortes e cerca de 1.000 feridos, segundo o grupo de resgatistas Capacetes Brancos.


Essas áreas sob controle da oposição fazem fronteira com a Turquia e estão mais próximas do epicentro, razão pela qual a pouca diferença entre os balanços pode se dever à sua menor capacidade de coordenar a contagem, já que não há uma única autoridade governamental encarregada das operações de resgate.


A expectativa é que essas cifras aumentem consideravelmente, uma vez que centenas de edifícios ruíram ou sofreram danos graves e ainda restam pessoas sob os escombros.

Prédio danificado pelo terremoto em Diyarbakir, na Turquia. EFE/EPA/Deniz Tekin

Para lidar com a magnitude da tragédia, o Afad informou que mobilizou mais de 9.500 equipes de resgate, enquanto 13 países da União Europeia (UE) ofereceram equipes de busca e resgate, segundo informou a Comissão Europeia.

Número de vítimas vai aumentar


O primeiro grande terremoto foi registrado às 4h17 de hoje (22h17 de ontem no horário de Brasília) e teve 7,8 graus de magnitude, segundo o Afad, com epicentro em Pazarcik, na província turca de Kahramanmaras.


Posteriormente, ocorreram várias réplicas, uma deles de 7,6 graus de magnitude às 13h24 (7h24 de Brasília).


O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que cerca de 45 países ofereceram ajuda após o devastador terremoto e os fortes tremores secundários que ainda estão ocorrendo.


“É o sismo mais forte desde o terremoto de Erzincan em 1939”

Recep Tayyip Erdogan

“Há danos graves também em áreas vizinhas da Síria”, disse o presidente turco, confirmando que houve desabamentos e danos em pelo menos 2.834 edifícios e que 2.470 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros.


“Como o trabalho de remoção de detritos continua em muitos edifícios na zona do terremoto, não sabemos quão alto será o número de mortos e feridos”, advertiu Erdogan.


As baixas temperaturas e a neve na região, onde também existem territórios montanhosos de difícil acesso, complicam as tarefas de resgate.


Segundo o Afad, não há risco de tsunami na costa mediterrânea da Turquia.


Tremores em vários pontos

O terremoto também foi sentido fortemente no Líbano, inclusive na capital Beirute.


O epicentro foi detectado em Pazarcik, na província de Kahramanmaras, segundo o Afad, embora o observatório sísmico de Kandilli o tenha localizado em Sofalici, na província vizinha de Gaziantep, cerca de 40 quilômetros ao sul.


Um dos símbolos da enorme destruição do terremoto é o histórico castelo romano de Gaziantep, que esteve de pé por mais de 1.700 anos e foi destruído pelo tremor.


A histórica cidadela de Aleppo, na Síria, um Patrimônio da Humanidade da Unesco, também sofreu danos.


Por conta da tragédia, as autoridades turcas anunciaram o fechamento de escolas nas dez províncias mais afetadas e todas as competições esportivas também foram suspensas.