Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu at Israel's Mount Herzl national military cemetery in Jerusalem, 13 May 2024. EFE-EPA FILE/GIL COHEN-MAGEN / POOL

Netanyahu diz estar preparado para “ação muito forte” na fronteira com o Líbano

Jerusalém (EFE).- “Estamos preparados para uma ação muito forte no norte”, disse nesta quarta-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante uma visita às tropas destacadas na fronteira com o Líbano, após vários dias de intensa troca de hostilidades com o Hezbollah.

“Ontem o solo ardia aqui e estou feliz que tenham apagado as chamas, mas o solo também ardia no Líbano”, afirmou Netanyahu durante uma visita à cidade de Kiryat Shmona, em referência ao grande incêndio que assolou ontem parte do norte de Israel e foi causado por estilhaços de projéteis lançados pela milícia xiita libanesa.

Netanyahu viu em primeira mão a situação de segurança no norte acompanhado do comandante da 769ª brigada que opera na área, Avraham Marciano; e do brigadeiro-general da reserva Alon Friedman.

“Quem pensa que nos prejudicará e que ficaremos de braços cruzados está cometendo um grande erro. Estamos preparados para uma ação muito forte no norte. De uma forma ou de outra, restauraremos a segurança no norte”, prometeu o primeiro-ministro.

As hostilidades na fronteira começaram em 8 de outubro, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, em uma demonstração de solidariedade do Hezbollah às milícias islâmicas palestinas no enclave; embora a troca de fogo tenha se intensificado muito nas últimas semanas, o que levanta temores de uma guerra aberta entre as partes.

Netanyahu visitou também as equipes de bombeiros e o esquadrão de reservistas que trabalharam entre segunda e terça-feira para extinguir os incêndios deflagrados na área de Metula provocados pelo lançamento de foguetes e projéteis do Hezbollah, que devastaram cerca de milhares de hectares.

Israel tem mais de 60.000 pessoas evacuadas de cidades do norte perto da fronteira, que ainda não podem regressar devido ao risco de segurança, razão pela qual cada vez mais vozes no país acreditam que uma guerra contra o Hezbollah é a única opção.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, também visitaram ontem as tropas na fronteira norte, enquanto o gabinete de guerra realizou uma reunião de emergência na noite passada para abordar esta questão.

“Estamos nos aproximando do ponto em que uma decisão terá de ser tomada e as forças de defesa israelenses estão preparadas para esta decisão”, disse Halevi.

A fronteira entre Israel e Líbano vive o seu pico de tensão mais elevado desde 2006, com uma intensa troca de tiros desde outubro, que custou a vida de pelo menos 439 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 300 baixas entre seus membros, algumas delas na Síria.

Em Israel, 23 pessoas morreram no norte (13 soldados e 10 civis); enquanto do outro lado da fronteira morreram pelo menos 417 pessoas, incluindo dezenas de membros de outras milícias, um soldado libanês e cerca de 68 civis, entre eles dez menores e três jornalistas, além dos combatentes do Hezbollah. EFE