A diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke. EFE/Arquivo/MARTIAL TREZZINI

Agência Europeia alerta que vacinas contra covid evitam mortes, não contágios

Bruxelas (EFE).- A diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke, afirmou nesta terça-feira que as vacinas contra a covid-19, quando foram desenvolvidas, tinham o objetivo de “evitar mortes e casos graves”, e não necessariamente reduzir contágios.

A especialista destacou que, durante os primeiros meses da pandemia, não foi pedido às companhias farmacêuticas que priorizassem “especificamente o efeito na transmissão como primeiro item para a autorização”, mas sim, foi cobrado que isso fosse considerado “como parte das medidas de acompanhamento” das vacinas aprovadas, em termos de eficácia, conforme se propagasse o uso.  

“Quero ser clara e relembrar onde estávamos quando começamos a buscar as vacinas e tratamento. Era um momento em que não tínhamos nada, as pessoas morriam nas ruas. Tenho essa imagem em minha mente, de leitos e corpos na Itália”, disse Cooke, em Bruxelas, em audiência da Comissão de Meio Ambiente e Saúde Pública.

“Quando penso na pandemia, ela volta para mim. Pedimos às farmacêuticas que priorizassem a prevenção das formas graves da doença e das mortes”, acrescentou.

Redução dos contágios de covid-19

Cooke lembra que foi observado um efeito na redução dos contágios nas vacinas inicialmente autorizadas, mas as “variantes e o aumento da transmissibilidade” tornam mais complicado entender qual é a situação real”, afirmou.

Além disso, apontou a pandemia como exemplo do que “a Europa pode fazer quando trabalha junta”, dado que as vacinas estavam disponíveis de uma vez para os 27 países da União Europeia, depois de “processos rápidos de autorização”, com uma “agilidade real dos órgãos de tomada de decisões” e dos países, em “plena crise”.

“Como necessitávamos seguir aprendendo mais sobre as vacinas RNAm, pedimos muitas caracterizações adicionais e estudos de estabilidade das empresas, que os adotaram, e estamos seguros de que esses produtos estão bem caracterizados e que podemos confiar neles”, disse Cooke sobre os imunizantes da Pfizer e Moderna, que utilizam a tecnologia citada.

Cooke lembrou que a EMA também inspeciona as instalações das empresas para garantir “não apenas que elas estão fazendo o que dizem estar fazendo, mas também que elas têm todos os registros, que tudo está documentado, e que podemos confiar no procedimento”. EFE