EFE/Arquivo/ADI WEDA

Poluição do ar causa 2 milhões de mortes prematuras por ano no sul da Ásia

Nova Delhi (EFE).- Cerca de dois milhões de pessoas morrem prematuramente todos os anos no sul da Ásia devido à elevada poluição do ar nesta região, que abriga nove das dez cidades mais contaminadas do mundo, advertiu nesta terça-feira o Banco Mundial (BM).

Esta área do planeta, que inclui, entre outros países, Índia, Bangladesh, Paquistão, Nepal e Sri Lanka, registra em vários de seus pontos uma contaminação 20 vezes superior à concentração máxima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), disse o organismo na apresentação de um relatório em Daca.

Especificamente, 60% da população desses países está exposta a uma concentração média de partículas PM2,5 – as mais nocivas para a saúde humana -, acima de 35 microgramas por metro cúbico (µg/m³), um número que dispara até 100 µg/m3 nas áreas mais densamente povoadas, bem acima dos 5 µg/m³ recomendados pela OMS.

Esse excesso de partículas poluentes é responsável por uma em cada cinco mortes prematuras em Bangladesh, e de 18% das mortes prematuras no Nepal, diz o relatório.

Dados semelhantes aos registrados no Paquistão e na Índia, onde a deterioração do ar está na origem de 17% e 15% respetivamente deste tipo de mortes, e superiores aos de Sri Lanka, que atribui a esta causa 11% de suas mortes antecipadas.

Redução de mortes

O Banco Mundial destacou que seria possível reduzir em mais da metade as mortes prematuras associadas à contaminação do ar, se os países envolvidos atuassem de forma totalmente coordenada para reduzir sua concentração de partículas PM2,5 para 30 µg/m³.

E é que o relatório destacou que a proximidade entre os países, somada ao clima e geografia regional, faz com que os poluentes percorram longas distâncias desde os locais onde foram emitidos, até parar em populações que nada têm a ver com sua origem.

É o caso de Daca, Katmandu e Colombo, que constatam que dois terços da poluição que respiram vêm de outras áreas.

Um problema semelhante ao que sofre Nova Delhi, uma das capitais mais poluídas do mundo. O BM destacou que não importa quantas medidas as autoridades locais tomem para combater a contaminação, a concentração de partículas sempre ultrapassará 35 µg/m³ devido às emissões das regiões adjacentes a ela.

Entre as principais fontes poluidoras da região se encontram a queima de sólidos em residências, pequenas indústrias, agricultura e outras fontes naturais como poeira, segundo o relatório.

O Banco Mundial concluiu que a adoção de um enfoque regional para abordar esta “crise sanitária pública” também traria uma significativa economia de cortes, pois a má qualidade do ar aumenta os custos com saúde e reduz a capacidade produtiva. EFE