El alto representante de la Unión Europea para Asuntos Exteriores y Política de Seguridad y vicepresidente de la Comisión Europea, Josep Borrell, durante su participación, este lunes, en los cursos de verano de la UIMP en Santander. EFE/Pedro Puente Hoyos

Guerra na Ucrânia prejudica América Latina, diz UE

Nova York, 19 set (EFE).- O alto representante das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse nesta segunda-feira que as consequências da guerra na Ucrânia são “muito ruins” para a América Latina, durante sua participação em um fórum à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

“O choque econômico (devido à guerra entre Ucrânia e Rússia na região) é transmitido pelos canais de preços, energia e alimentos. Não o gás, que afeta a nós europeus, para eles (latino-americanos) é o petróleo, os alimentos e , principalmente, fertilizantes”, considerou o político espanhol.

Borrell destacou ainda que a região já é bastante afetada por ter “a menor taxa de crescimento do mundo”, uma inflação muito alta e uma grande faixa da população vivendo na pobreza extrema.

No entanto, o ex-ministro espanhol e ex-presidente do Parlamento Europeu indicou que agora é o momento de explicar à região que as causas dessas consequências econômicas da guerra não vêm das sanções contra a Rússia, como a propaganda russa tenta fazer acreditar, mas por causa da “guerra em si”, que bloqueia “cereais e fertilizantes ucranianos”.

“Este é um bom momento para manter contato com nossos amigos latino-americanos e fazer com que se comprometam mais politicamente. Na América Latina, apenas três países, os habituais Nicarágua, Venezuela e Cuba, se abstiveram, nem sequer votaram contra, nas Nações Unidas, todos os outros mais ou menos mostraram seu apoio (à Ucrânia)”, disse ele.

Borrell também disse acreditar que esta guerra é uma boa oportunidade para mostrar que a relação transatlântica não é apenas a relação do Atlântico Norte, já que existe outra relação transatlântica no Atlântico, a do sul, referente à América Latina.

O chefe da diplomacia europeia expressou-se desta forma em um evento organizado pelo Conselho Atlântico sob o título “Da Ucrânia às Américas: reforçando a recuperação dos choques globais”, que contou também com a presença do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que disse que “a ameaça representada pela agressão russa ao mundo é igualmente importante na Ásia, na África ou na América Latina”.

“No momento em que a Rússia atacou a Ucrânia, o mundo inteiro percebeu que as exportações de produtos agrícolas ucranianos são essenciais para manter a estabilidade dos preços mundiais e salvar as pessoas da fome em todo o mundo”, destacou o chanceler ucraniano.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Mario Bucaro, disse que seu país se comprometeu com a Ucrânia a “alçar a voz em espanhol”.

“Talvez não possamos fazê-lo nas Nações Unidas, mas podemos fazê-lo em nossa região porque não podemos tolerar que isso aconteça”, ressaltou Bucaro. EFE