A Central Térmica Litoral de Carboneras (Almería, Espanha). EFE/Carlos Barba

Endesa desliga a central térmica Litoral de Carboneras (Almería)

Carboneras (Almería, Espanha) (EFE).- A Endesa desligou esta quinta-feira os principais equipamentos de geração da central térmica Litoral de Carboneras (Almería, no sul de Espanha) depois de quase quatro décadas no ativo, ao longo das quais produziu cerca de 183.628 gigawatts por hora (GWh), equivalentes ao consumo de eletricidade da Andaluzia durante quatro anos e médio.

Números indicados à imprensa pelo diretor-geral da Endesa para as regiões espanholas da Andaluzia (onde se encontra Almería), Extremadura, Ceuta e Melilla, Rafael Sánchez Durán, antes de uma visita a estas instalações que precedeu ao ato de desconexão, realizado por Javier Romero, trabalhador nesta central há 38 anos.

Um cenário neutro em carbono até 2050

Depois da desconexão, o dirigente da Endesa ressaltou que a companhia tem um “carinho especial” pela central, mas que agora precisa de enfrentar desafios de futuro, recordando que o “Green Deal” procura um cenário neutro em carbono até 2050, embora a companhia elétrica pretenda a descarbonização plena de todas as suas centrais até 2040.

“Fechamos hoje a última central de carvão na Andaluzia, a terceira num processo de encerramento ordenado”, acrescentou, ressaltando que este é um “passo em frente no processo de transição justa que a Endesa está a promover em toda a Espanha”, com o encerramento das centrais térmicas de Andorra (Teruel), Compostilla (Leão) e os procedimentos para tal na de As Pontes (Corunha).

Em Carboneras, este processo de transição justa tem também como objetivo substituir a capacidade de geração desta central térmica por tecnologias limpas e renováveis na província.

Endesa pretende produzir entre 2022 e 2023 cerca de 4.000 megawatts renováveis

Assim, apontou que a Endesa pretende produzir entre 2022 e 2023 cerca de 4.000 megawatts renováveis, incidindo que em Almería se pretende substituir os 1.159 megawatts de potência da central com 1.500 megawatts de renováveis.

“Vamos continuar a ser pioneiros com um encerramento no qual se vai novamente gerar emprego local, realizando cursos de formação e procurando o desenvolvimento de iniciativas que permitam um novo futuro para a zona”, indicou.

 Formação e capacitação da população local e iniciativas

Por sua parte, o diretor da central, Juan Luis Redondo, destacou os principais feitos históricos da central e referiu-se ao plano Futur-e, que pretende mitigar o emprego deste fecho sobre a população local através de quatro eixos: A busca proativa de emprego, a alavancagem da atividade económica na zona, formação e capacitação da população local e iniciativas de sustentabilidade no município.

Redondo ressaltou que foi colocado em marcha um concurso internacional que recebeu 14 propostas vinculativas de 10 promotores diferentes que se apresentaram ao concurso internacional do Plano Futur-e. Estas propostas incidem sobre temáticas relacionadas com a economia circular, a aquicultura, os biocombustíveis, o turismo e a logística.

Um custo de cerca de 60 milhões de euros

O processo de desmantelamento em si pode durar entre 4 e 6 anos, terá um custo de cerca de 60 milhões de euros e irá gerar 82 empregos diretos. Além disso, 90% das 220.000 toneladas de material demolido será valorizável.

Além do lançamento do concurso internacional para encontrar um projeto industrial para reativação económica e laboral em Carboneras, a companhia projeta para a província de Almería aproximadamente 1.500 megawatts de potência renovável, principalmente fotovoltaica, para substituírem os 1.159 megawatts de potência da Central Térmica Litoral.

Isto representará um investimento de cerca de 1.200 milhões e a criação de mais de 2.000 empregos equivalentes durante a construção e de 400 na fase de operação e manutenção.