O presidente russo, Vladimir Putin, se encontra com a chefe do Banco de Desenvolvimento do Brics, Dilma Rousseff, durante sua reunião no Palácio Constantine (Konstantinovsky) em Strelna, nos arredores de São Petersburgo, Rússia, nesta quarta-feira. EFE/EPA/ALEXEY DANICHEV / SPUTNIK / KREMLIN POOL MANDATORY CREDIT

Putin apoia Dilma em planos para aumentar liquidez do Banco dos Brics

Moscou (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, apoiou nesta quarta-feira os planos do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para aumentar a sua liquidez.

“Sabemos que a questão da liquidez do banco está na ordem do dia. Há várias ideias, vamos apoiá-las”, disse Putin ao se reunir com a presidente do banco, Dilma Rouseff.

A reunião ocorreu no Palácio Constantino, em São Petersburgo, onde se realizará a segunda cúpula Rússia-África, na quinta e sexta-feira.

Putin se mostrou confiante de que a ex-presidente brasileira conseguirá desenvolver “este mecanismo muito importante” em condições de tensão geopolítica e tendo em conta que o dólar é utilizado “como um instrumento de luta política”.

O mandatário russo lembrou que o uso de moedas nacionais é cada vez mais comum nas transações comerciais entre os países membros do Brics.

“A este respeito, o banco poderia desempenhar o seu papel”, disse o chefe do Kremlin, que não participará na cúpula dos Brics em agosto, na África do Sul, por receio de ser preso por crimes de guerra.

Dilma respondeu que não existe nenhum obstáculo que impeça os países em desenvolvimento de efetuarem transações internacionais nas suas moedas nacionais.

O banco “deve desempenhar um papel importante no advento de um mundo multipolar”, afirmou.

A ex-presidente brasileira frisou a importância da cúpula Rússia-África para aqueles que são fiéis à ideia de desenvolver o Sul Global.

“É crucial prestar atenção ao volume da dívida destes países e também à sua elevada demanda de investimento. É injusto e inaceitável que, ao conceder créditos, sejam impostas condições pelas instituições financeiras tradicionais sem a participação do Banco dos Brics”, destacou.

Putin enfatizou que os países dos Brics não têm a intenção de se aliar contra ninguém e que, no âmbito financeiro, estão simplesmente trabalhar no interesse do grupo. Ao final, o chefe do Kremlin se despediu de Dilma em português.

“Obrigado!”, disse Putin ao término da reunião. EFE