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Putin oferece à China nichos deixados pelas empresas ocidentais

Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu nesta terça-feira apoio a empresas chinesas que desejem preencher os nichos deixados por empresas ocidentais que abandonaram o país devido à campanha militar russa na Ucrânia.

“Estamos dispostos a apoiar as empresas chinesas para substituir as produções das empresas ocidentais que abandonaram a Rússia”, afirmou Putin no início de seu encontro em formato ampliado com o presidente chinês, Xi Jinping, e as delegações dos dois governantes.

Após o início da intervenção da Rússia na Ucrânia, cerca de 120 empresas ocidentais dos mais diversos setores anunciaram a paralisação temporária de suas atividades na Rússia ou sua saída definitiva do mercado, o que afetou a economia russa, que vem buscando alternativas para esses bens.

Nesse sentido, Putin comemorou o crescimento do comércio entre a Rússia e a China, que atingiu níveis recordes em 2022 “apesar das consequências da pandemia e da pressão das sanções”, ao chegar a US$ 185 bilhões.

“Esperamos que neste ano a Rússia e a China não apenas alcancem um nível de troca comercial de US$ 200 bilhões, algo que combinamos com nossos amigos há vários anos, mas que ultrapassem esse nível”, destacou.

Ao defender o aumento da presença chinesa no mercado russo, Putin acrescentou que seu país defende a ampliação do uso do yuan como alternativa ao comércio em dólares.

“É importante que as moedas nacionais sejam cada vez mais utilizadas no comércio mútuo. É preciso continuar incentivando essa prática e ampliar a presença mútua de estruturas financeiras e bancárias nos mercados de nossos países”, considerou.

O presidente russo salientou que atualmente dois terços do intercâmbio comercial entre os dois países é feito em rublos e yuans, mas defendeu a expansão dessa prática para outros mercados.

“Somos a favor do uso do yuan chinês nas transações entre a Rússia e os países da Ásia, África e América Latina”, declarou.

Por sua vez, Xi expressou sua vontade de desenvolver junto com Putin um plano de desenvolvimento para as relações bilaterais entre os dois países e fortalecer a coordenação entre Moscou e Pequim.

“A confiança mútua entre nossos países está sendo fortalecida, os interesses comuns estão se multiplicando, os povos estão se aproximando, a cooperação comercial e econômica, de investimento, em matéria de energia, cultura e entre as regiões está se desenvolvendo”, afirmou o presidente chinês.

Xi acrescentou que “a Rússia está acelerando a implementação das metas de desenvolvimento nacional de 2030” e propôs “o fortalecimento da coordenação e interação para obter resultados adicionais da cooperação prática”.

“Estou pronto para preparar junto com vocês um plano para o desenvolvimento das relações bilaterais e da cooperação prática em prol do florescimento e renascimento da China e da Rússia”, destacou o presidente chinês em seu breve discurso. EFE