EFE/Administração militar da Cidade de Kiev

Kiev desafia mísseis de Moscou e continua vida movimentada de uma capital

Kiev (EFE) – Apesar de ter sofrido três bombardeios em menos de 48 horas, o último deles pouco antes do meio-dia desta segunda-feira, a capital da Ucrânia, Kiev, mantém sua rotina normal como qualquer outra cidade europeia, com terraços cheios de pessoas aproveitando o sol e até mesmo um fundo para selfies com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vestido de prisioneiro.

Minutos depois das 11h de segunda-feira, com as ruas cheias de caminhões de entrega, pedestres e carros, o som já familiar de explosões ecoou por Kiev em uma hora incomum.

Após meses de bombardeios quase exclusivamente noturnos, como o que acordou muitos cidadãos da cidade nas primeiras horas da manhã de domingo e de segunda-feira, a Rússia atacou a Ucrânia em plena luz do dia com 11 mísseis balísticos e de cruzeiro.

Todos eles foram destruídos no céu pelas defesas antiaéreas da capital, causando uma sucessão de estrondos com os quais todos os ucranianos estão familiarizados e aos quais cada um reage de uma forma.

Os mais cautelosos esperam que ele passe, escondendo-se em porões ou em estações de metrô, para onde correm em busca de abrigo, seguindo o conselho das autoridades.

Já a maioria aguarda em casa ou onde quer que esteja, torcendo para que os fragmentos do drone ou do míssil interceptado não caiam exatamente onde estiver, como aconteceu, por exemplo, com o homem de 41 anos que morreu na madrugada de domingo durante o maior ataque de drones contra Kiev desde o início da guerra.

Embora o risco seja real, algo que se confirma de tempos em tempos na forma de tragédias, a maioria dos moradores de Kiev opta por continuar vivendo e desfrutando de sua cidade, desafiando a guerra.

“O que mais podemos fazer? Deixar de viver seria dar uma vitória aos russos”, disse à Agência EFE Mariia Stepanenko, uma jovem estudante universitária que passa a manhã com amigos em um terraço em uma das principais ruas de Kiev.

Perto de lá há um fundo para selfies com o presidente russo Vladimir Putin usando um uniforme laranja de prisioneiro, ao lado de dois juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia.

Ao lado de Putin aparece o comandante-chefe do exército ucraniano, Valery Zaluzhny, fazendo o sinal de vitória. EFE