A bandeira dos EUA, ao centro, hasteada durante uma cerimônia na sede da Unesco em Paris, França, nesta terça-feira. EFE/EPA/Aurelien Morissard/POOL

Bandeira dos Estados Unidos volta a ser hasteada na Unesco cinco anos depois

Paris (EFE).- A bandeira dos Estados Unidos voltou a ser hasteada, nesta terça-feira, na sede da Unesco, organismo ao qual está de volta após a sua saída em 2018, em uma cerimônia simbólica com a primeira-dama, Jill Biden, que recordou que “os maiores desafios do nosso tempo não podem ser resolvidos a partir do isolamento”.

“O presidente (Joe) Biden está consciente de que, se queremos criar um mundo melhor, os Estados Unidos não podem fazer isso sozinhos, mas devemos ajudar a abrir o caminho. É por isso que estamos tão orgulhosos de fazer parte da Unesco novamente”, disse a primeira-dama americana na sede da agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, localizada em Paris.

Rodeada, entre outros, pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e pela primeira-dama francesa, Brigitte Macron, que visitou esta manhã no Palácio do Eliseu, Jill Biden representou o seu país enquanto a bandeira americana voltou a subir juntamente com as dos outros 192 membros da Unesco, com a Torre Eiffel ao fundo.

Os EUA já haviam recuperado oficialmente seu estatuto de membro em 10 de julho, mas este momento simbólico na Unesco hoje foi a ocasião para celebrar a reintegração de um Estado que figura entre seus fundadores e maiores contribuintes.

Os Estados Unidos haviam saído em 2018 pela segunda vez na história – a primeira em 1984, durante o mandato de Ronald Reagan – com Donald Trump na Casa Branca, que acusou a agência da ONU de adotar repetidamente posições anti-israelenses.

No contexto atual, a cerimônia de hasteamento da bandeira tornou-se um apelo ao multilateralismo.

“Neste tempo de desunião, de divisão, de ameaça existencial à humanidade, reafirmamos hoje e aqui nossa união”, enfatizou a diretora-geral da Unesco.

Azoulay afirmou que se trata de um momento excecional e “feliz” que “reforça a universalidade” da organização e sua “legitimidade”.

“Este regresso – destacou – indica que podemos e devemos nos unir”, além de ser uma mensagem de “esperança” para o multilateralismo e para as próximas gerações.

Agradeceu ao presidente Biden sua “vontade política”, que foi o motor deste regresso, e também a “lucidez” dos parlamentares americanos de ambos os lados do arco político, que chegaram a um acordo para que a reentrada dos EUA seja acompanhada do pagamento progressivo de uma dívida de US$ 619 milhões que Washington tinha acumulado com a instituição desde 2011.

“A injustiça e a corrupção, a pobreza e a fome, as catástrofes climáticas e as doenças são coisas que não estão contidas nas fronteiras. Alguns dos maiores desafios do nosso tempo não podem ser resolvidos a partir do isolamento”, reafirmou a primeira-dama americana.

“Claro – acrescentou – que temos que cuidar de nossos próprios cidadãos. Mas também fazemos parte de uma comunidade global.”

Em seu discurso, Jill Biden enfatizou o interesse dos Estados Unidos nas metas perseguidas pela Unesco, como a proteção do patrimônio, a cultura da paz, a liberdade de imprensa e o uso ético das novas tecnologias.

Mas, como professora, enfatizou acima de tudo a importância da educação para criar um futuro melhor.

Jill Biden havia desembarcado em Paris ontem, mas sua agenda política começou hoje com uma visita a Brigitte Macron no Eliseu e a cerimônia na Unesco.

A viagem a França continua amanhã com uma passagem pelas regiões de Normandia e Bretanha, onde visitará locais emblemáticos relacionados com a participação do seu país na Segunda Guerra Mundial.

Ela também irá ao emblemático Mont Saint-Michel, cuja abadia completa mil anos em 2023. EFE