O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da posse da nova direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo (Brasil). EFE/Sebastiao Moreira

Lula afirma que passará por cirurgia no fêmur em outubro

Rio de Janeiro (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que vai se submeter a uma cirurgia na cabeça do fêmur porque não aguenta mais tantas dores, mas que a sua agenda só permite marcar a operação para outubro.

“Quero ser operado porque não quero continuar com dor. Ninguém consegue trabalhar com tanta dor durante todo o dia. Às vezes sento que estou de mau humor e é visível que estou nervoso e incomodado, e não quero me tornar na pessoa chata com quem ninguém quer falar. Mas tenho muitas coisas para fazer e não quero parar”, disse o mandatário na sua transmissão semanal nas redes sociais.

Lula, de 77 anos, disse que tem vários encontros internacionais marcados na sua agenda que não quer perder e que a única vez que terá um espaço livre será em outubro.

O petista comentou que se prepara para ser operado em outubro e que, por isso, começou a fazer uma dieta mais rigorosa e exercícios de musculação, porque não consegue caminhar nem mesmo com um andador.

Disse ainda que, durante a cirurgia e o tempo que precisa para se recuperar da operação, o Brasil será governado interinamente pelo seu vice, Geraldo Alckmin, mas que está tranquilo porque tem muita confiança na capacidade do seu companheiro de chapa e porque a “máquina” do seu governo já está “funcionando muito bem”.

Lula explicou que sente dores permanentes no quadril e que os médicos explicaram que se trata de um problema na cabeça do fêmur provocado por artrose.

“Mas eu sou como o jogador de futebol que não quer dizer ao treinador que está sentindo dores para não ficar no banco. Tenho este problema há muito tempo e o médico me disse que era eu que tinha de decidir quando é que seria operado, porque só eu sei o limite das minhas dores”, afirmou.

O governante revelou que falou com várias pessoas que lhe disseram que a operação é simples e que tem bons resultados, motivo pelo qual está disposto a fazer o procedimento.

Ele acrescentou que, no domingo passado, foi a um hospital em São Paulo para se submeter a uma infiltração e que, como os médicos o alertaram, esse procedimento permitiu que ele ficasse sem dor por 12 horas, mas o desconforto voltou na segunda-feira com mais força.

Entre as reuniões que tem agendadas para os próximos meses e que não permitem a antecipação da cirurgia, Lula citou a cúpula dos presidentes dos países amazónicos, em 8 e 9 de agosto, em Belém, e a cúpula de chefes de Estado do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que se realizará no mesmo mês em Johanesburgo.

Citou ainda a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20, em Nova Délhi, em 9 e 10 de setembro; a Assembleia Geral das Nações Unidas, em meados de novembro; e uma reunião convocada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, no mesmo mês, para anunciar uma iniciativa global de geração de emprego.

“O único intervalo que me resta é em outubro. Tenho de calcular bem para poder ser operado em meados de outubro. Disseram-me que é algo rápido, cerca de duas horas e meia”, declarou.

Lula afirmou que está tranquilo em relação à cirurgia porque não quer continuar sentindo dores e entendeu que o procedimento é seguro.

“É muito incômodo ter dores todos os dias. Sou uma pessoa bem-humorada e não é bom estar de mau humor. Quero estar bem disposto porque quero fazer com que este país funcione bem, foi esse o meu compromisso. Quero ser operado para ficar inteiro porque ainda tenho que andar muito por este país”, concluiu. EFE