Antony Blinken. EFE/Arquivo/DARREN ENGLAND

EUA pedem libertação “imediata” de Navalny e descrevem nova condenação como “injusta”

Washington (EFE).- O governo dos Estados Unidos pediu nesta sexta-feira a libertação “imediata” do líder opositor russo Alexei Navalny e qualificou como “injusta” a nova sentença de 19 anos de prisão proferida pela Justiça da Rússia.

“Os Estados Unidos condenam energicamente a condenação da Rússia ao líder da oposição Alexei Navalny por acusações politicamente motivadas. O Kremlin não pode silenciar a verdade. Navalny deve ser libertado”, escreveu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, nas redes sociais.

Por sua vez, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse em um comunicado que a condenação do líder opositor por extremismo se baseia em “acusações infundadas”.

“É uma conclusão injusta de um julgamento injusto”, destacou o porta-voz.

Miller lembrou que durante anos o Kremlin tentou silenciar Navalny e impediu que “seus apelos por transparência e responsabilidade” tivessem ressonância entre o povo russo.

“Ao conduzir este último julgamento em segredo e limitar o acesso de seus advogados às supostas evidências, as autoridades russas mais uma vez ilustraram tanto a falta de fundamento deste caso quanto a ausência de um devido processo legal para aqueles que se atrevem a criticar o regime”, declarou Miller.

O porta-voz expressou ainda o “forte” rechaço dos EUA pela detenção de Navalny e outros “500 presos políticos” que a Rússia mantém e garantiu que Washington continuará “acompanhando seus casos de perto” e defenderá sua libertação.

“Nós nos juntamos à família do senhor Navalny, seus companheiros e aliados ao redor do mundo para pedir sua libertação imediata e o fim da repressão contínua de vozes independentes na Rússia”, completou.

Navalny, considerado o inimigo número um do Kremlin, só verá a luz do dia em 2050, após essa nova condenação da Justiça russa por extremismo, ou melhor dizendo, por denunciar a corrupção nas mais altas esferas do poder.

No mais puro estilo stalinista, o juiz do Tribunal Urbano de Moscou demorou apenas alguns minutos para proferir a sentença durante uma audiência realizada dentro da prisão onde Navalny já cumpre outra sentença de nove anos por fraude.

Enquanto isso, o presidente Vladimir Putin, que ordenou seu envenenamento em 2020, segundo o opositor, realizava uma reunião do Conselho de Segurança sobre estabilidade interna, ameaçada em tempos de guerra pela suposta quinta coluna liderada por Navalny. EFE