Policías antidisturbios accedieron, el 8 de enero de 2023, al palacio presidencial de Planalto, sede del Gobierno de Brasil, que estaba tomado por cientos de seguidores radicales del expresidente Jair Bolsonaro, en Brasilia (Brasil). EFE/André Borges

PF faz operação para prender cúpula da PM-DF por suspeita de omissão nos atos golpistas

Brasília (EFE).- A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira uma operação contra a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal pela suspeita de omissões nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Os agentes federais cumprem sete mandados de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os sete detidos hoje estão o atual comandante-geral da PM-DF, coronel Klepter Rosa Gonçalves (que era subcomandante da corporação em 8 de janeiro), e o ex-comandante Fábio Augusto Vieira, que chefiava a Polícia Militar do Distrito Federal na ocasião.

Os detidos são acusados de crimes contra o estado democrático, dano qualificado e também pela violação dos deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da Polícia Militar do Distrito Federal.

Segundo uma nota da PGR, há “provas já identificadas e reunidas na investigação que apontam para a omissão dos envolvidos”.

Nesse sentido, a procuradoria afirmou que alguns dos suspeitos trocaram mensagens com teor golpista durante as eleições de 2022 e que havia “contaminação ideológica” por parte de alguns oficiais.

A nota da PGR também indica que policiais em postos de comando “receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes”.

“Os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”, completou a Procuradoria-Geral da República.

Desde o dia dos atos antidemocráticos, mais de 1.800 pessoas foram presas e 128 delas permanecem detidas, embora quase todas continuem respondendo à Justiça em liberdade condicional por diversos crimes. EFE