Lula durante a Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira. EFE/MIGUEL RODRIGUEZ

Lula reitera na ONU que países ricos têm dívida com o meio ambiente

Nações Unidas (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira perante a Assembleia Geral da ONU que o combate à mudança climática exige uma ação mais forte dos países ricos, reiterando assim a necessidade de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”.

“Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima”, declarou Lula.

“A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, acrescentou.

Nesse sentido, lembrou que “são as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima” e ressaltou que “os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera”.

Em alusão aos compromissos assumidos há anos pelos países mais desenvolvidos no âmbito das Nações Unidas, afirmou que “a promessa de destinar US$ 100 bilhões anualmente para os países em desenvolvimento permanece apenas isso, uma longa promessa”.

No caso do Brasil, destacou que, desde que assumiu o poder em 1º de janeiro, o desmatamento na Amazônia caiu 48% e que foram recuperados os sistemas de controle e vigilância do bioma, praticamente abandonados durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Da mesma forma, denunciou que, face a estas ameaças crescentes, “as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas” e que, pelo contrário, “o protecionismo dos países ricos ganhou força”, o que também joga contra as nações mais pobres. EFE