O campo de refugiados de Jabalia. EFE/Arquivo/MOHAMMED SABER

Exército israelense completa cerco ao campo de refugiados de Jabalia, “reduto do Hamas”

Jerusalém (EFE).- O Exército de Israel concluiu o cerco militar ao campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, “um dos redutos do Hamas” onde destruíram “infraestruturas terroristas” em paralelo à expansão da ofensiva terrestre em direção ao sul do enclave.

“As tropas das Forças de Defesa de Israel estão operando na área de Jabalia, depois de completar o cerco ao acampento”, relatou nesta terça-feira um porta-voz militar israelense.

“Durante a atividade, foram tomados postos militares importantes de onde foram realizados ataques contra as tropas israelenses. As tropas atacaram a infraestrutura terrorista, localizaram armas e lançadores em complexos civis e direcionaram as forças aéreas para atacar numerosos terroristas”, acrescentou.

Enquanto avança com sua ofensiva em direção ao sul, o Exército israelense continua operando para consolidar seu controle na metade norte da Faixa, em grande parte já ocupada, e ontem atacou vários edifícios utilizados pelas forças Nukhba, a unidade de elite do Hamas, na área de Jabalia, onde eliminaram “terroristas” e destruíram foguetes encontrados no jardim de uma residência.

Além disso, as forças israelenses realizaram uma “incursão seletiva” contra um centro de comando e controle das forças de segurança interna do Hamas em Jabalia, onde localizaram materiais de observação, armas e mapas.

Paralelamente à ofensiva terrestre, a Marinha israelense apoiou ataques contra dezenas de alvos militares pertencentes ao Hamas e outros grupos armados na Faixa, a partir dos quais “atacavam e disparavam morteiros contra as forças israelenses”.

Por sua vez, tanto as Brigadas Al Qassam como a Al Quds – braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica, respectivamente – informaram nesta terça-feira que estão atacando intensamente os tanques israelenses que se aproximam com artilharia da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa, que é o próximo objetivo de Israel nesta nova fase da guerra.

Mais de 15.800 pessoas morreram na Faixa de Gaza e estima-se que cerca de 7.000 estejam sob os escombros desde o início da guerra, há dois meses, na sequência de um ataque brutal do Hamas em solo israelense que terminou com mais de 1.200 mortos e 240 sequestrados.

Segundo Israel, entre os mortos dentro do enclave, pelo menos 5.000 são membros do Hamas, enquanto 78 soldados israelenses foram mortos em combates dentro da Faixa.

Após o rompimento da trégua de sete dias, na última sexta-feira, que permitia a entrada de ajuda humanitária, Israel retomou a ofensiva militar e expandiu-a em direção ao sul, além de cortar a entrada de ajuda pela passagem de Rafah.

No entanto, o Cogat, órgão militar israelense que controla os assuntos civis nos territórios ocupados, garantiu ontem à noite que chegaram em Gaza 180 caminhões de ajuda humanitária, com alimentos, água, equipamento de abrigo e material médico, bem como combustível. EFE