EFE/Arquivo/SERGEY DOLZHENKO

Zelensky pede a membros da UE que não deem “vitória” a Putin votando contra a Ucrânia

Kiev (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira aos líderes da União Europeia (UE) que aprovem com a unanimidade necessária a abertura de negociações de adesão com seu país e evitem assim dar ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, o que seria sua “primeira e única vitória do ano”.

“As pessoas na Europa não verão qualquer benefício em Moscou ser recompensado por Bruxelas com sua negativa à Ucrânia”, disse Zelensky, dirigindo-se aos chefes de Estado e de governo dos 27 membros do bloco antes do início do Conselho Europeu, no qual deve ser tomada uma decisão sobre a abertura de negociações de adesão com a Ucrânia.

O chefe de Estado ucraniano também aproveitou a ocasião para elogiar a força do apoio de toda a UE à Ucrânia durante o ano passado.

“E é muito importante que hoje não caiamos novamente na indecisão”, advertiu Zelensky, acrescentando que “ninguém quer que a Europa seja vista como indigna de confiança ou incapaz de tomar as decisões para as quais se preparou”.

O líder ucraniano insistiu que a Ucrânia aprovou “as leis fundamentais” e “cumpriu todas as obrigações” exigidas pela Comissão Europeia para poder começar a negociar a adesão, e declarou que a credibilidade da Europa está em jogo.

“A decisão de hoje sobre a abertura de negociações de adesão é também vital para todas as pessoas nos países da UE que acreditam que a Europa deve evitar voltar aos velhos tempos de desentendimentos intermináveis ​​e estéreis entre capitais”, comentou Zelensky.

A Ucrânia espera receber sinal verde para iniciar negociações no Conselho Europeu que começa hoje, para o que necessita do voto a favor de todos os Estados-membros.

A Comissão Europeia elogiou o cumprimento da Ucrânia com as condições impostas a Kiev e se mostrou favorável, mas o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, já anunciou que se oporá à abertura das negociações.

Vários líderes europeus realizaram nos últimos dias intensas negociações para tentar evitar o veto da Hungria e de outros países relutantes. EFE